Leite defende busca por aliança ao centro nos quadros políticos nacional e estadual

Apesar de não ser candidato à reeleição, governador garante participação no próximo processo eleitoral gaúcho

Político respondeu aos questionamentos da imprensa antes de reunião com empresários filiados à Federasul. Foto: Felipe Dalla Valle/ Palácio Piratini

Às vésperas do início das discussões visando a corrida ao Palácio do Planalto em 2022, o governador Eduardo Leite (PSDB) defendeu a busca por uma aliança entre os partidos considerados de centro nas próximas eleições. Em entrevista coletiva virtual, realizada nesta quarta-feira (10), o tucano reafirmou que pretende mostrar os resultados à frente do Rio Grande do Sul enquanto pré-candidato à presidência da República.

“Nossas prévias estão marcadas para outubro, com inscrições em agosto, mas isso pode ser alterado de acordo com o momento político do país. O importante é que o PSDB se dispõe a fazer esse debate interno. Eu acho que temos, aqui no Estado, pelo quadro que nós assumimos, algo a mostrar. Isso não necessariamente se transformará em uma candidatura. Participo dessa discussão com muita humildade”, declara o político.

Eleito governador com pouco mais de 3,1 milhões de votos, Eduardo Leite sustenta, desde o início da gestão, que não concorrerá à reeleição ao Palácio Piratini. Entretanto, garante que participará ativamente da escolha de seu possível sucessor. “A definição passa pelos partidos aliados, que ajudam na condução do nosso projeto. Não vou me omitir do processo eleitoral no Rio Grande do Sul”, afirma.

Governo analisa relaxamento das restrições

Durante a entrevista, Leite manteve o discurso de enfrentamento à crise sanitária causada pelo agravamento da pandemia em território gaúcho. Por outro lado, o governador avaliou positivamente as medidas de restrição adotadas nas últimas semanas – que, segundo ele, resultaram na diminuição da circulação de pessoas nas ruas e na desaceleração, ainda lenta, das internações por Covid-19.

“O número de hospitalizações continua aumentando, mas não parece estar em uma velocidade tão agressiva como antes. Ainda é prematuro dizer que isso signifique, efetivamente, o início de estabilização. Mas estamos observando uma pressão que parece não ser mais tão forte, tão agressiva, na demanda por leitos. Estamos mobilizados em gerar a percepção da importância na redução da circulação nas pessoas”, ressalta.

A cogestão, modelo que permite a adoção de protocolos mais flexíveis por parte das prefeituras, permanece suspensa até o dia 21 de março. Entretanto, o governador avalia a possibilidade de atendimento às demandas específicas dos empresários, como a abertura das lojas para o pagamento de carnês e a redução das restrições em algumas atividades específicas.

“Precisamos ter uma previsibilidade mínima aos empreendedores e, por isso, antecipamos que a flexibilização voltará a ser uma possibilidade no dia 21. A redução da velocidade da ocupação dos leitos ainda precisa ser entendida. Eventualmente, podem ser feitos relaxamentos antes mesmo do dia 21. Isso vai depender do que estivermos vendo através dos números”, prometeu Leite.

Após o encontro virtual com representantes da imprensa, o governador se reuniu, também em vídeochamada, com empresários filiados à Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). Na oportunidade, Eduardo Leite detalhou as medidas adotadas pelo Governo no enfrentamento à pandemia e, também, para a superação da crise econômica – como a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).