Em 2019, 153 pessoas foram acolhidas em abrigos da capital. De acordo com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), esse número saltou para 400, em 2020, o que significa um acréscimo de 59,2% de um ano para o outro.
Segundo a técnica do Núcleo de Acolhimento Institucional para adultos, idosos e famílias, Patrícia Dias, o aumento significativo pode estar relacionado diretamente à pandemia do coronavírus.
“Além da vulnerabilidade, das fragilidades, essas pessoas viram no nosso serviço uma maneira de se proteger daquela doença, que até então era desconhecida”, salienta.
Um recorte de 2018 para 2020 retrata o quão significativa se tornou a busca de pessoas pelos mais de 20 locais de Assistência Social em Porto Alegre. Nesses dois anos, a demanda cresceu mais de 69% no acolhimento institucional. Ainda conforme a Fasc, no ano passado um dos albergues chegou a registrar 1.913 acessos de diferentes pessoas.
Existe também a preocupação em relação aos cuidados contra a Covid-19, já que os serviços de acolhimento seguem operando. Por conta disso, estrategicamente, dois abrigos passaram a atender 24 horas desde o início da pandemia. De acordo com a técnica do Núcleo de Acolhimento Institucional para adultos, idosos e famílias, os locais seguem as normativas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Há fornecimento de álcool gel, máscaras, um espaço para a higienização das mãos, além de todos os protocolos de distanciamento social orientados pelas normas técnicas”, pontuou.
Além disso, a equipe técnica da Fasc exige o relatório semanal, que é encaminhado a Vigilância Epidemiológica. Em caso de identificação de sintomas, as pessoas são encaminhadas para testes e atendimento na rede de saúde.
Até o momento, apenas dois albergues e um abrigo tiveram surtos, em que não houve registros de mortes. Nessas situações, os casos foram acompanhados pela Vigilância em Saúde do município.
