Brasil recebe, em março, menos vacinas da AstraZeneca que o esperado

Em vez de 16,9 milhões de doses do imunizante, serão 3,8 milhões

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

O Ministério da Saúde (MS) reduziu, em um novo cronograma, a previsão de recebimento de doses da vacina da AstraZeneca-Oxford contra Covid-19, em março, de 16,9 milhões para 3,8 milhões, conforme o portal R7, citando a agência Reuters.

No cronograma anterior, a previsão era receber 4 milhões de doses do imunizante importados da Índia, com a produção de outros 12,9 milhões de doses no Brasil a partir do uso da importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).

Contudo, o novo cronograma da pasta só prevê agora o recebimento de 3,8 milhões de doses da vacina da AstraZeneca produzidas no Brasil, uma redução de 13,1 milhões de doses em relação à estimativa anterior.

Em nota, o Ministério da Saúde também informou que as previsões de entregas de vacinas são enviadas pelos fornecedores dos imunizantes, ficando sujeitas a constantes alterações, conforme a disponibilidade dos laboratórios e a real quantidade de doses entregues à pasta, que pode variar conforme o ritmo de produção das vacinas.

“A partir da entrega efetiva e do quantitativo exato de doses, o Ministério da Saúde organiza a divisão de forma proporcional e igualitária aos Estados e Distrito Federal. Posteriormente, as doses são enviadas às Unidades da Federação, responsáveis por distribuir as vacinas a todos os municípios brasileiros”, explicou a pasta.

“Para março, o cronograma prevê a entrega de 22,7 milhões de doses do Instituto Butantan, que serão enviadas à pasta em remessas semanais. Na segunda quinzena do mês, está prevista a entrega de 3,8 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford – o primeiro lote produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com matéria-prima importada. Também são esperados mais 2,9 milhões de doses do mesmo imunizante, adquiridos via consórcio Covax Facility”, acrescentou o MS.

Também em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável no país pela vacina da AstraZeneca, esclareceu que o número total de doses a serem entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em março depende do cumprimento de todas as etapas iniciais de produção e requisitos de qualidade de forma a garantir eficácia e segurança, bem como do aval do registro definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Em março, deverão ser entregues 3,8 milhões de doses da vacina. No entanto, somente após os resultados dos lotes de validação e liberação pela Anvisa é que será possível precisar as datas e quantitativos a serem disponibilizados para o PNI. O Instituto de Tecnologia em Imunobilógicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) permanece com empenho total para disponibilizar sua vacina no menor prazo possível”, informou a nota.

A vacina da AstraZeneca-Oxford era, inicialmente, a principal aposta do governo Jair Bolsonaro para fazer a imunização da população brasileira. Contudo, a demora na chegada e preparação dela no Brasil e o avanço da CoronaVac – fabricada em parceira no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo – tornou a vacina da China a mais usada no país.

Os dois imunizantes já foram autorizados para uso emergencial no Brasil, atendendo no momento apenas grupos prioritários. A AstraZeneca já pediu registro definitivo na Anvisa, o que permite, em caso de aprovação, um uso massivo na população. Contudo, a agência reguladora ainda não decidiu sobre o assunto.

Pelo novo cronograma, o Ministério espera receber 575,9 milhões de doses de vacinas dos mais diversos laboratórios até o fim do ano.