Hospital de Clínicas opera com respiradores no limite em Porto Alegre

Taxa de uso dos aparelhos é a mais alta desde o início da pandemia de Covid-19

Foto: Ricardo Giusti / CP

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) informou que está no limite de disponibilidade de equipamentos de ventilação. Segundo a instituição, apesar do empenho em abrir novos leitos e organizar as estruturas e equipes para o atendimento da Covid-19, a gravidade do quadro de saúde dos pacientes resulta na maior taxa de uso de respiradores desde o início da pandemia.

Segundo o painel de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a demanda do HCPA chegou a 107,8%, com 180 pacientes para 167 leitos operacionais disponíveis na UTI adulto, nesta quinta-feira. O hospital dispõe de 200 respiradores. “Nas últimas semanas, houve um grande aumento na lotação e a instituição mobilizou-se para abrir ainda mais leitos e ampliar vagas”, explicou o HCPA, em nota.

Ainda assim, por exemplo, o CTI Covid atendia 127 pacientes em uma lotação que chegou a 121%. Eram, ainda, 44 enfermos em estado crítico aguardando em enfermaria com uso de suporte ventilatório e a Emergência, igualmente lotada, com 50 pacientes. “A instituição continua realizando esforços para suprir a demanda e garantir a assistência”, concluiu a nota.

Desde que a taxa de lotação passou de 100%, a instituição estabeleceu algumas medidas em relação ao efetivo, como incluir times de cardiologistas e anestesistas deslocados para atuação em leitos críticos, enquanto as demais equipes clínicas se desdobraram no atendimento aos pacientes em enfermaria. Emergencistas também foram deslocados para as áreas de atendimento Covid, enquanto médicos de todo o hospital, de diversas áreas e especialidades, deram cobertura na Emergência não Covid.

Ao receber, nesta semana, novos profissionais das residências Médica e Integrada Multiprofissional em Saúde e em Área Profissional da Saúde, que trabalharão no HCPA a partir deste ano, a diretora-presidente do hospital, Nadine Clausell, deu o tom do cenário atual que aguarda o grupo. “Todos sabem que o hospital é uma referência no combate à Covid-19. O ano de 2020 foi duro e este ano começou muito complicado, como podem acompanhar nos números”, reiterou.