Bolsonaro cobra fim da “frescura” e “mimimi” na pandemia

"Até quando vamos chorar", perguntou o presidente, em evento em Goiás

Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro inaugurou, nesta quinta-feira, um trecho de 172 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul em São Simão, no sudoeste de Goiás. Em vez de falar de transporte ou da obra, Bolsonaro usou o evento para atacar quem defende medidas de restrição na economia para o combate à pandemia de Covid-19, e cobrou o fim da “frescura” e do “mimimi”.

Ao elogiar o trabalho dos agricultores, que não pararam mesmo na pandemia, Bolsonaro disse que o país precisa enfrentar os problemas de frente: “Chega de frescura e de mimimi, vamos ficar chorando até quando?”

Ele também desafiou os governadores. “Repensem a política de fechar tudo, o povo quer trabalhar”, declarou.

Segundo Bolsonaro, é preciso respeitar os idosos e declarou que “o tratamento errado do Covid é muito mais danoso do que o próprio vírus”. Em seguida, afirmou: “Vamos tratar da economia e do próprio vírus. Lamentamos qualquer morte no Brasil.”

O presidente chamou de “frescura” fechar o comércio nos municípios e afirmou que atividade essencial é toda aquela que permite ao chefe de família levar dinheiro para dentro de casa. “Todos nós vamos sofrer se não tomarmos a medida certa, mas com coragem”, defendeu.

Ele também criticou a criação de novas reservas para os índios: “Já são 14% do nosso território demarcados como terra indígena”. E chamou de “absurda” a demarcação para os yanomamis.

“Que imprensa é essa nossa que transformou-se num partideco político de esquerda”, atacou. “Eu quero uma imprensa forte, cada vez mais livre”, disse.

As obras da ferrovia, que deve ligar as regiões Sudeste e Norte do país, passando pelo Sudeste, vão atravessa 10 estados, conforme o traçado previsto.