Mesmo com o maior tombo da atividade econômica da história do país desde 1996, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME) afirmou em nota técnica que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2020, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE, demonstra recuperação da economia na forma de “V”. A expressão é comumente usada pelo ministro Paulo Guedes ao se referir à retomada da atividade econômica a partir do segundo semestre do ano passado.
Impactada pela pandemia do novo coronavírus, a soma de todos bens e serviços produzidos pelo Brasil desabou 4,1% em 2020, mesmo após registrar uma forte retomada no segundo semestre. Trata-se do primeiro encolhimento anual da economia brasileira desde a recessão encerrada em 2016 e o maior tombo da série histórica, iniciada em 1996.
Conforme avaliação da SPE, medidas do governo evitaram uma queda bem maior. “O conjunto de ações de estímulo à economia durante a pandemia evitou que o PIB tivesse uma queda superior a 9%, conforme apontavam as previsões mais pessimistas.”
Entre as medidas implantadas em 2020, que na avaliação da SPE evitaram um derrocada ainda maior na atividade econômica brasileira, o avanço na agenda de fortalecimento de marcos legais, com a aprovação de novas legislações referentes a saneamento básico, licitações e falências.
A SPE enfatiza ainda que a retomada no segundo semestre se mostrou “vigorosa”, aumentando o nível da atividade econômica. No entanto, alerta que, para consolidar esse espaço de crescimento, é necessária a aprovação das reformas estruturais e medidas que viabilizem a consolidação fiscal.
Entre as reformas que o governo luta para aprovar no Congresso, destaque para a tributária e a administrativa. Mas antes delas, a equipe econômica precisa que o Senado aprove, nesta quarta-feira, a PEC Emergencial, que viabiliza a criação do novo auxílio emergencial. O novo benefício, consenso entre oposição e governo, deve atender cerca de atingir 40 milhões de brasileiros, incluindo os do Bolsa Família, com valor de R$ 250.
Para reforçar a tese de que a atividade econômica está em recuperação, o Ministério da Economia se apoia, principalmente, no resultado do PIB referente ao quarto trimestre de 2020, que apontou crescimento de 3,2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal. O resultado representou o segundo aumento consecutivo.