Mandetta se reconcilia com o DEM e pode disputar presidência em 2022

Ex-ministro da Saúde permanece no partido enquanto tenta tornar a candidatura viável

Foto: Isác Nóbrega / ABr

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta se reconciliou com a cúpula do DEM, na semana passada. Mandetta permanece no partido, que se comprometeu a dar apoio logístico e de comunicação para que ele viaje pelo País, nos próximos meses, e tente tornar viável uma candidatura à disputa presidencial de 2022.

Em meados de fevereiro, o ex-ministro se irritou com o presidente do DEM, ACM Neto, que mencionou o presidente Jair Bolsonaro, entre as opções da legenda para 2022. “A base do partido virou uma geleia. ‘Posso estar com Doria, Bolsonaro, Mandetta, Huck ou Ciro’. Daqui a pouco até Lula vai aparecer como cotado para receber o apoio”, disse Mandetta, na ocasião.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a reconciliação ocorreu em uma reunião na casa do ex-deputado e secretário-geral do DEM, Pauderney Avelino, em Brasília, na noite da quarta-feira passada. Segundo um dos participantes, uma eventual saída de Mandetta do partido sequer chegou a ser cogitada e a conversa se deu em tom amistoso. Depois que o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ) rompeu com ACM Neto no rastro da eleição para o comando da Casa, avisando que vai deixar o DEM, surgiram rumores de que Mandetta pretendia seguir o mesmo caminho.

A partir daí, porém, houve um acordo com o ex-ministro. Embora ainda não seja pré-candidato do DEM para 2022, Mandetta recebeu da cúpula da legenda a promessa de que vai ter apoio logístico e de comunicação para “rodar o país”, na tentativa de obter apoio para a corrida presidencial. Essa fase deve começar depois que a pandemia de Covid-19 arrefecer.

“Mandetta é um quadro muito importante que o Democratas tem. Tornou-se uma figura apreciada pelo Brasil, pelo trabalho do Ministério da Saúde, e é natural que seja uma referência do partido. Não estamos tratando neste momento de 2022, mas o Mandetta é uma figura que vai ter peso interno no DEM, nesse debate”, disse ACM Neto. “Agora, mais do que nunca, a palavra dele é uma palavra que tem importância nesse debate sobre a superação da pandemia. Mas todos temos consciência de que, num quadro tão grave como o que vive o Brasil, não dá para falar em eleição agora”, completou o ex-prefeito de Salvador.

Após ser demitido do Ministério da Saúde, em abril do ano passado, Mandetta passou a ter o nome incluído em pesquisas de intenção de voto para 2022. No fim de janeiro, por exemplo, pesquisa Atlas mostrou o médico com 3,4%, índice próximo do obtido pelo governador de São Paulo, João Doria (3,6%), do PSDB, e maior que o do apresentador Luciano Huck (1,9%), ainda sem filiação partidária.