Indústria da construção desacelera e perde vagas, aponta CNI

Especialista considera queda usual e mantém otimismo para 2021

Mesmo com o otimismo, incerteza causada pela pandemia ainda deve deixar cenário aberto. Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Depois de retomada no segundo semestre de 2020, a indústria da construção voltou desacelerar em janeiro de 2021, com queda nos indicadores de nível de atividade, número de empregados, utilização da capacidade instalada e nível de atividade no mês em relação ao seu histórico no período. A conclusão é de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Apesar da queda neste mês, o gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo, opina que o movimento negativo é característico do primeiro mês do ano e não deve se repetir ao longo do ano. “Percebemos uma desaceleração, mas não prevemos o agravamento, pois as expectativas futuras dos empresários da construção ainda são positivas. Dado o cenário de incerteza, é importante acompanhar os próximos meses”, disse.

O índice de evolução do nível de atividade ficou em 45,9 pontos em janeiro de 2021. Os dados variam de 0 a 100, sendo 50 pontos a linha que divide o que é considerado um aquecimento ou redução da atividade do setor. Neste caso, houve redução com queda de 0,4 ponto na comparação de dezembro. Na comparação anual, é o primeiro resultado negativo desde julho.

O dado que mede a evolução do número de empregados foi de 40,6 pontos em janeiro de 2021. Na comparação com dezembro de 2020, ele registra queda de 0,8 ponto e na comparação com janeiro de 2020, a queda é de 1,2 ponto.

A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) recuou um ponto percentual, de 62% em dezembro de 2020 para 61% em janeiro de 2021. O percentual de janeiro de 2021 é pouco maior do melhor valor registrado em dois anos recentes, mas segue distante do registrado em 2014 e anos anteriores, quando chegou a alcançar 70%.