Aluguéis com vencimento em março terão reajuste de 28,9%

Em alta desde maio do ano passado, "inflação do aluguel" subiu 2,53% em fevereiro, mostra Fundação Getúlio Vargas

Após enchentes, custo do metro quadrado atingiu valor recorde - Foto: Tomaz Silza / Agência Brasil / Divulgação

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), utilizado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel no Brasil, manteve a trajetória de alta iniciada em maio do ano passado e subiu 2,53% em fevereiro, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (25), pela Fundação Getulio Vargas.

A nova alta faz o indicador acumular valorização de 28,94% nos últimos 12 meses, percentual que deve ser utilizado para reajustar os contratos de locação com vencimento no mês de março.

Significa dizer que aqueles inquilinos que pagam mensalmente um aluguel no valor de R$ 1.500 passarão a ter que desembolsar R$ 1.934 (+R$ 434) todos os meses para seguir morando no mesmo imóvel.

A alta de fevereiro do IGP-M foi guiada pela variação de 3,28% dos itens que compõem o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), indicador com maior influência no índice geral. Também subiram os preços do Índice de Preços ao Consumidor (+0,35%) e do Índice Nacional de Custo da Construção (+1,07%).

“O resultado mostrou que a pressão exercida pelas matérias-primas brutas se espalhou pelas demais classes do IPA, favorecendo o acréscimo das taxas dos grupos bens intermediários (de 2,54% para 4,67%), influenciada por materiais e componentes para a manufatura (de 1,98% para 4,16%), e bens finais (de 1,09% para 1,25%), este influenciado pelo aumento da gasolina, cujo preço subiu 17,43%, ante 6,63% no mês anterior”, afirma André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV.

O cálculo do IGP-M considera a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pelo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.

Diante da diferença entre os indicadores, algumas imobiliárias já começaram a utilizar a inflação oficial para calcular os novos contratos de aluguel. Para quem deseja fugir do reajuste considerável, a dica é negociar a melhor forma para evitar que os pagamentos pesem no bolso de inquilinos e proprietários.