Suspeito de utilizar assessores parlamentares para serviços particulares, o deputado estadual Ruy Irigaray (PSL) é alvo de um Inquérito Civil Público no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS). A investigação, autorizada pelo promotor de Justiça e Defesa do Patrimônio Público de Porto Alegre, Cláudio Ari Pinheiro de Mello, busca comprovar o suposto crime de improbidade administrativa, na modalidade de enriquecimento ilícito.
O caso veio à tona após uma reportagem exibida pela TV Globo, na qual profissionais vinculados ao gabinete do parlamentar denunciaram as irregularidades. Tais assessores, que não tiveram a identidade revelada, alegam que Irigaray determinava a execução de tarefas como o monitoramento de crianças e animais domésticos no horário em que deveriam cumprir expediente na Assembleia Legislativa.
A denúncia trouxe, ainda, indícios de suposta prática de “rachadinha” e da manutenção de um “gabinete do ódio” contra desafetos políticos do deputado estadual. As irregularidades teriam sido cometidas entre 2019 e 2021. Segundo o MP, duas pessoas relataram os fatos diretamente ao órgão. As informações também são investigadas, internamente, na Assembleia.
Ruy Irigaray nega todas as acusações. O deputado estadual, que ocupou a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico no início da gestão do governador Eduardo Leite (PSDB), recebeu 102.117 votos em 2018. Com isso, foi o segundo parlamentar mais votado da Casa.