O Secretário de Articulação e Apoio aos Municípios do Rio Grande do Sul, Agostinho Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (22) que o Estado vive um novo momento em relação à disseminação do novo coronavírus. Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, ele relatou falta de recursos humanos e destacou que o sistema de saúde está próximo do colapso.
“Vivemos um momento diferente, e vamos chamar de terceira onda. O saldo na primeira onda era de 64 internações de pacientes a mais do que o normal. Neste momento, com dados de agora pela manhã, temos 173 pessoas a mais, ou seja, quase três vezes o número que tivemos no passado. O momento é muito delicado e na última sexta-feira, quando da reunião do gabinete de crise, já se discutiu algumas ações porque nos foi apresentado uma projeção dos números que podem colapsar o sistema de saúde do Rio Grande do Sul”, disse Meirelles.
Meirelles comentou ainda que não basta o aumento de leitos de UTI para suplantar o avanço da Covid-19. “Há um limite financeiro e, principalmente, de recursos humanos. Com a escalada do coronavírus, nós não vamos conseguir acompanhar somente com mais leitos. Neste momento, estamos em uma linha muito tênue em que podemos extrapolar o sistema de saúde. Vamos ter que recalibrar as coisas. E como fazemos isso? A maneira é, como se diz no futebol, ‘colocando a bola no chão’ e dialogando com os municípios. Agora, se não tomarmos medidas rápidas e duras, e quando digo duras, me refiro à circulação de pessoas. É preciso ver tudo isso sem afetar muito o setor econômico”, afirmou.
O governo do Estado e prefeitos de vários municípios irão se reunir ainda hoje para discutir essencialmente a manutenção ou não da cogestão no sistema de Distanciamento Controlado, além da possibilidade de medidas mais contundentes para conter o avanço da Covid-19. Meirelles, que estará no encontro, acredita que o mais importante é alertar a população para o momento vivido no Estado.
“Neste momento, é dificil identificar quem acha que a cogestão deva ser suspensa e quem pensa o contrário. Nenhum dos dois lados quer o mal, por isso a conciliação é importante. A reunião será produtiva por isso. Independente da manutenção ou não da cogestão, nós precisamos da colaboração das pessoas. São elas que vão executar os protocolos elaborados pelas autoridades”, argumentou.