A reunião entre o ministro da Saúde e os prefeitos das principais cidades do Brasil, realizada nesta sexta-feira (19), chegou ao fim com a promessa de novas remessas de vacinas e cobranças quanto à transparência da imunização no Brasil. Este foi o segundo encontro virtual de Eduardo Pazuello com os gestores municipais, que pedem a definição de critérios mais rígidos para a distribuição das doses.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), representou a Capital no debate e reiterou a demanda por uma reserva de doses aos professores. “Todos os prefeitos querem a retomada das aulas presenciais. No nosso caso, também não recebemos nenhum dinheiro extra para o controle da Covid-19 neste ano, e estamos habilitando mais leitos que custam R$ 2,7 mil por dia. Os cofres estão raspados”, ressalta.
Pazuello concordou em antecipar a imunização dos educadores, além de assegurar a distribuição de mais 4,7 milhões de vacinas a partir da próxima terça-feira (23). Segundo o ministro da Saúde, as prefeituras não precisarão mais reter metade dos lotes disponíveis para a aplicação da segunda dose nos beneficiados. De acordo com a pasta, há segurança de que novas remessas serão disponibilizadas antes que o estoque acabe.
“A programação que ele (Pazuello) mostrou dá conta de que teremos 250 milhões de doses até julho. Outra coisa que pedimos foi que tivéssemos mais testes, já que não tem vacina para todo mundo. Vamos apresentar uma petição para isso ainda na tarde desta sexta-feira. Todos nós sugerimos que também houvesse uma coletiva semanal, já que estamos sendo cobrados todos os dias”, relata Melo.
O cálculo exposto aos prefeitos, que prevê a chegada de 455 milhões de vacinas ao Brasil até o fim do ano, considerou a vinda de imunizantes que ainda nem sequer entregaram todos os dados de segurança e eficácia à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pazuello está sob forte pressão pelo ritmo lento na vacinação contra a Covid-19, e é investigado por suposta omissão para evitar o colapso de saúde no Amazonas.