Um grupo de governadores anunciou, nesta sexta-feira, que vai tentar realizar a compra direta de vacinas contra a Covid-19. A decisão, anunciada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), contar com o apoio de outros 16 mandatários, de acordo com ele. O grupo já enviou um ofício ao Instituto Butantan para conhecer o cronograma e a capacidade de produção. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Aprovaram a compra direta das vacinas, além de Dias e do governador do Rio Grande do Sul, Leite, os gestores estaduais do Espírito Santo, Amapá, Pará, Amazonas, Paraíba, Paraná, Ceará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Acre e Bahia.
“Nossa responsabilidade é garantir mais vacinas para imunizar a população mais cedo. Nossa meta é alcançar 25% da população imunizada em abril. É isso que vai reduzir hospitalização e óbito. É isso que vai salvar vidas”, disse Dias em vídeo divulgado pela assessoria de imprensa. Até esta sexta-feira, o Brasil havia vacinado 5,7 milhões de pessoas, o que representa 2,7% da população total.
De acordo com Dias, a decisão de buscar alternativas para o fornecimento de vacinas já chegou ao conhecimento do Ministério da Saúde. O governador do Piauí disse que a Pasta cogita, inclusive, abrir a possibilidade de reembolsar os Estados pela aquisição.
O governo federal vive pressão dos Estados para entrega de mais doses. Atrasos no cronograma fazem capitais avaliarem a interrupção da aplicação da vacina. Nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse a prefeitos que não é mais preciso reter metade dos lotes disponíveis até a aplicação da segunda dose do imunizante, dando a garantia de que as cidades contarão com doses no prazo para a outra injeção. A nova orientação passa a valer a partir do dia 23, quando o governo federal espera receber mais 4,7 milhões de unidades da Coronavac.
Além do contato com o Butantan, o grupo de governadores informou que vai tentar negociar com a AstraZeneca. “Infelizmente, depois da comemoração após a reunião, veio essa quebra de cronograma. Não é razoável os Estados ficarem nessa insegurança com algo tão sério, em que o coronavírus está ‘pipocando’ para todo lado. Por isso, os Estados vão comprar diretamente dos fabricantes e, assim, poderemos alcançar, até julho, a imunização de 70% da população, o suficiente para alcançar a imunidade do padrão da ciência e frear o contágio da Covid-19”, completou Dias, coordenador do tema vacina do Fórum dos Governadores.