O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira a troca do comando na Petrobras. Em nota divulgada em rede social, o mandatário informou que Roberto Castello Branco vai ser substituído pelo general Joaquim Silva e Luna, ex-diretor geral da usina Itaipu Binacional.
A indicação do nome de Silva e Luna precisa, no entanto, ter aprovação do conselho de administração da Petrobras. Bolsonaro não detém poder formal para demitir Castello Branco. A decisão cabe ao conselho, formado por membros indicados pelo governo, mas atuando com independência. O conselho deve se reunir na terça-feira e deve discutir a troca.
Com os seguidos aumentos no preço dos combustíveis, Bolsonaro já havia demonstrado insatisfação nos últimos dias com o comando da Petrobras. Nesta sexta, durante visita à cidade de Sertânia, em Pernambuco, ele reafirmou a intenção de fazer “mudanças” na Petrobras após mais um reajuste no preço dos combustíveis, anunciado pela estatal nessa quinta-feira.
“Jamais vamos interferir nesta grande empresa e na sua política de preços, mas o povo não pode ser surpreendido com certos reajustes”, disse. Durante a visita, ele ainda mandou um recado: “exijo e cobro transparência de todos aqueles que eu tive a responsabilidade de indicar”.
Algumas horas antes, em uma live para eleitores nessa quinta-feira, o presidente também falou de fazer trocas na empresa. A fala gerou reação negativa do mercado, e a empresa teve queda de até 7,92% das ações nesta sexta.
Com os aumentos consecutivos nos preços dos combustíveis e a ameaça de greve de caminhoneiros, o governo enviou ao Congresso na semana passada um projeto de lei complementar que pretende mudar a forma de cobrança do ICMS (imposto estadual) sobre combustíveis.
Diante do risco de mais atos, Bolsonaro convocou uma entrevista, com vários ministros, para explicar o que o governo pode fazer para reduzir a carga tributária dos combustíveis. Na ocasião, cobrou a colaboração dos governadores, uma vez que o ICMS é um tributo estadual.
Nos dias seguintes, o presidente da República chegou a convocar campanha para fiscalizar preços dos combustíveis. Ele ainda acusou governadores de jogarem a população contra o governo federal. Bolsonaro também falou em zerar nos próximos dois meses os impostos federais sobre o diesel.