Superlotação: UPA Moacyr Scliar atende três pacientes por hora com suspeita de Covid

Unidade opera com restrição; somente casos graves são atendidos no local

O aumento dos casos de Covid-19, em Porto Alegre, reflete diretamente no atendimento de hospitais e pronto atendimentos. A UPA Moacyr Scliar, localizada na zona Norte da Capital, enfrenta um dos piores momentos da pandemia. Com superlotação, a área destinada para pacientes Covid chega a atender três pacientes, por hora, com suspeita da doença.

A unidade atende, na manhã desta quinta-feira, 24 pacientes com diagnóstico positivo para a Covid-19. Desse número, três estão com quadro mais grave e aguardam leito de UTI para serem transferidos. Outros dois pacientes, com suspeita da doença, também aguardam pelo serviço de saúde.

O volume de atendimentos na primeira quinzena de fevereiro aumentou significativamente na comparação com o mesmo período do mês anterior. Em janeiro, a média diária de atendimentos na UPA era de 75 pacientes. Em fevereiro são atendidos diariamente, em média, 101 pacientes.

A gerente da UPA Moacyr Scliar, Jaqueline Cesar Rocha, explica que devido à superlotação o atendimento está restrito, desde segunda-feira, a atendimentos graves. Os pacientes que chegam na unidade com sintomas mais leves são orientados a procurarem outros locais de saúde.

“Por essa demanda de pacientes em observação que nós temos aqui nos últimos dias não temos condições de readequar a equipe e o espaço para atender casos mais leves. O volume é muito grande, em torno de mais de 100 pacientes que tem passado. Com essa superlotação que nós estamos, conseguimos somente atender aqueles que chegam com sintomas mais graves. Geralmente a cada uma hora nós temos de três a quatro pacientes mais graves que nós vamos ter que atender”, afirma.

Ainda de acordo com Jaqueline, 30% dos pacientes que procuram a UPA da zona Norte são oriundos de cidades da Região Metropolitana. Outro fator que vem chamando a atenção dos profissionais de saúde é que diferentemente dos meses anteriores, onde metade dos pacientes chegava com quadro de suspeita, agora 80% da demanda que procura atendimento já está com confirmação da doença.