A prefeitura de Porto Alegre pretende integrar o sistema de lotações com o de ônibus na Capital. Além disso, o Município quer discutir as isenções para os lotações e estender algumas linhas que hoje não são permitidas a operação pela prefeitura. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo prefeito Sebastião Melo durante uma reunião com a diretoria da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre (ATL) no Paço Municipal.
“O mercado tem que resolver isso e o cliente tem que ter o direito de várias opções. Se o cidadão quiser andar de lotação, táxi, ônibus ou aplicativo a cidade tem que ofertar os diversos modais”, explicou.
Melo afirmou ainda que vai realizar uma reunião entre a ATL e a Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) para tratar sobre a integração dos sistemas. “Eu acho burra a questão do sistema de Porto Alegre não integrar. Vou fazer de tudo para isso mudar”, acrescentou.
O prefeito destacou que vai liderar o diálogo envolvendo a prefeitura, a ATL e também a ATP. “Eu acredito que o cliente tem direto a várias opções qualificadas de transporte. A cidade tem que ofertar os diferentes modais, e o cidadão poder escolher. Serei incansável na busca por essa integração”, ressaltou Melo. A direção da ATL entregou ao prefeito uma pauta que inclui itens como a isenção do Imposto Sobre Serviço (ISS), organização para formação futura de consórcios, a flexibilidade sobre alterações de linhas e a prorrogação da vida útil dos veículos.
As propostas serão avaliadas no âmbito do Município, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). A reunião contou com as presenças do presidente da ATL, Magnus Isse, do vice-presidente, Olivaldo Brusch, e do gerente executivo, Rogério Lago, além do secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Fernando Záchia, e do diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires.
Quem passa pelos terminais de embarque dos lotações na avenida Borges de Medeiros ou na rua Sete de Setembro, no Centro Histórico de Porto Alegre, percebe uma diminuição no número de passageiros. A crise causada pela pandemia da Covid-19 afetou o setor que já vinha apresentando problemas em função da redução de clientes em razão da chegada dos aplicativos.
Hoje, estão em operação em Porto Alegre um total de 200 lotações de uma frota composta por 370 veículos. No auge da pandemia, entre os meses de março a junho de 2020, circularam na cidade entre 70 e 80 carros. Os 370 lotações atendem 95% dos bairros da Capital – em 31 linhas e 38 automóveis na categoria especial nas linhas Restinga e Belém Novo.
Cada micro-ônibus transporta 21 passageiros sentados e 25 nas linhas especiais e são equipados com ar condicionado e bancos reclináveis. Um total de 16% dos veículos já opera com o motor Euro V, que diminui a emissão de gases poluentes.