A vacina contra Covid-19 desenvolvida pela empresa norte-americana de biotecnologia Moderna apresentou eficácia com metade da dose padrão que está sendo utilizada nos países onde o imunizante já vem sendo aplicado. Os resultados, ainda preliminares, foram publicados recentemente na revista científica Vaccine, mostrando um comparativo entre 600 pessoas, sendo que metade recebeu placebo.
O segundo grupo era dividido em dois: 50% tomaram duas doses com 100 µg (microgramas) cada; os demais, duas doses com 50 µg cada. Os pesquisadores anotaram que, nos dois grupos, a vacina induziu à produção de anticorpos neutralizantes contra o coronavírus causador da Covid-19. Os que receberam a dose de 100 µg apresentaram anticorpos mais elevados após a primeira aplicação, quando comparados ao grupo de 50 µg. Mas a diferença caiu depois da segunda dose.
O feito é da fase 2, com um número considerado pequeno de participantes. Para consolidar esses resultados, vai ser necessário conduzir um ensaio de fase 3 com milhares de pessoas. A notícia, no entanto, é animadora, pois vem no momento em que governos do mundo todo sofrem com dificuldade em obter vacinas contra Covid-19. Se confirmados os resultados, as doses da vacina da Moderna podem render o dobro.
Autoridades dos Estados Unidos chegaram a considerar no ano passado a adoção de um regime de meias doses para a vacina da Moderna, mas o órgão regulador de medicamentos do país, a FDA (Food and Drug Administration) rechaou a ideia, justamente por ainda não haver evidências sólidas. Há algumas semanas, a Moderna informou que a vacina desenvolvida por ela perde parcialmente eficácia diante da variante sul-africana do coronavírus, o que gera ainda mais receio em especialistas sobre mudanças nas doses.
A Moderna já estuda uma terceira dose de reforço contra variantes emergentes e também uma adaptação da vacina.