Renato Portaluppi cumpriu o que havia prometido após a derrota para o São Paulo. Reuniu o grupo de jogadores para uma conversa forte ontem no CT Luiz Carvalho. A insatisfação com o rendimento da equipe gerou cobranças em todo o grupo, sem exceções. Até o zagueiro Pedro Geromel, de muletas por causa da lesão no tornozelo esquerdo, participou da reunião. O desempenho do Grêmio vem gerando um descontentamento interno. A chacoalhada nos jogadores é o primeiro ato da comissão técnica visando a decisão da Copa do Brasil.
E vencer o Palmeiras deverá ser o único caminho possível para o Grêmio garantir a vaga direta na fase de grupos da Libertadores da América. A campanha melancólica no Campeonato Brasileiro fará com que o clube alcance, no máximo, a quinta colocação. Se o Fluminense somar mais dois pontos nos últimos dois jogos, o Grêmio só poderá chegar à sexta posição. É o pior desempenho desde que Renato Portaluppi reassumiu o comando técnico em 2016. Naquele ano, o treinador pegou o “bonde andando” e o nono lugar no Brasileiro foi minimizado pelo título da Copa do Brasil.
Renato esteve na casamata por todo o campeonato nos últimos quatro anos. E 2020 é, de longe, o pior Brasileirão sob seu comando. O rendimento só pode ser comparado a 2017, quando o Grêmio somou 62 pontos e ficou com o quarto lugar, mas obteve 18 vitórias. No atual campeonato, chegará no máximo aos mesmos 62 pontos e apenas 15 vitórias, isso se vencer nas últimas rodadas. O título da Libertadores em 2017 já garantiu vaga na fase de grupos em 2018.
O melhor Brasileirão do Grêmio de Renato foi justamente em 2018. Com 66 pontos, acabou em quarto e somou 18 vitórias. Em 2019, fez um ponto a menos e também terminou em quarto, mas alcançou 19 vitórias. Ou seja, a temporada 2020 pode ser a primeira em que o clube não termina em uma posição que lhe assegura vaga direta na Libertadores através do Brasileirão. Tudo indica que se não vencer a Copa do Brasil, o Grêmio vai à pré-Libertadores, comprometendo todo o planejamento.