Com suspeita de circulação da nova variante de Atenção (VOC) do coronavírus (SARS-CoV-02) em Porto Alegre, o diretor da Vigilância em Saúde, Fernando Ritter, explica que novos casos envolvendo as novas cepas do vírus devem surgir nas próximas semanas. “É nosso papel alertar sobre riscos iminentes”, observa.
Ele ressalta que a ideia é monitorar as pessoas que tiveram contato com pacientes que tiveram diagnóstico confirmado para a nova cepa e evitar sobrecarga do sistema de saúde. “Não sabemos se o vírus está circulando no Rio Grande do Sul, por isso emitimos esse alerta”, frisa.
Conforme Ritter, os hospitais Vila Nova e Clínicas têm, entre os pacientes, pessoas residentes no Norte do Brasil, que foram enviadas para continuidade do tratamento em Porto Alegre. Por conta disso, técnicos do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Porto Alegre e da Equipe de Vigilância de Serviços de Interesse à Saúde da SMS realizaram vistoria nesses locais com o objetivo de avaliar as medidas que estão sendo empregadas pelos serviços para prevenir a disseminação intra-hospitalar da P1.
Ele reforça que as pessoas de outros estados – como Manaus – que vieram buscar tratamento no RS foram colocadas em alas separadas de outros pacientes. “Aqui em Porto Alegre não temos indícios de transmissão comunitária”, afirma. Coordenador da Comissão de Controle de Infecções do Hospital de Clínicas, Rodrigo Pires explica que os profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à doença foram alertados sobre a possibilidade receber pacientes de regiões de risco.
Pires ressalta que a Covid-19 é uma doença reemergente e por isso reforça a importância do alerta da vigilância sanitária. “A forma de prevenir (a disseminação da doença) é a mesma, com uso de equipamentos de proteção individual. A gente precisa lançar alertas nas portas de entrada dos hospitais, nas UTIs, para eventuais pacientes que venham de regiões de risco”, observa.
Segundo Pires, a nova variante pode implicar em maior transmissibilidade, disseminação e menor resposta do sistema imunológico. “Sempre que atendemos um paciente proveniente dessas regiões, temos um fluxo diferenciado para as questões de isolamento”, completa.