Apesar da dura reação do comando da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP/PR), mantém a pressão para que o órgão acelere a aprovação para uso emergencial de vacinas que já tenham recebido sinal verde de outros nove organismos análogos no mundo. “A Anvisa tem seu ritmo e sua visão de velocidade, e o Congresso tem a velocidade do povo”, declarou ele, que é um dos principais interlocutores do presidente Jair Bolsonaro.
Atualmente, há 11 imunizantes em aplicação no mundo, dos quais o Brasil tem autorização para uso de apenas dois. Entre os argumentos dos defensores da ampliação da oferta de vacinas está o fato de que a demora ao acesso a vacinas custa vidas: o Brasil tem registrado índice superior a mil óbitos por dia motivados pela Covid-19.
O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, declara que o prazo fixado pelo Senado é “inexequível” e defende que o presidente Bolsonaro vete a MP, parcial ou integralmente. A agência prepara argumentos para encaminhar à Casa Civil para justificar sua posição. Mas esta atitude pode levar constrangimento ao presidente, que ficaria com o ônus político pelo veto. Bolsonaro enfrenta críticas e queda de popularidade pela alegada postura anti-vacina, e recentemente tem evitado reforçar esta imagem.