A prefeita de Santa Cruz do Sul, Helena Hermany, assinou nesta sexta-feira o decreto de situação de emergência no município em decorrência dos estragos causados pela chuva torrencial de 28 de janeiro. Os prejuízos envolvendo setor público e privado ultrapassaram R$ 2,4 milhões. O laudo meteorológico emitido pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) apontou precipitação de 112,4 mm em um curto espaço de tempo, com intensidade de 311,4 mm. Com isso, o sistema de águas pluviais entrou em colapso em toda a área urbana.
Pelos cálculos da Defesa Civil local, 33.255 residências foram atingidas direta ou indiretamente pelo evento e 76 estabelecimentos do setor de serviços tiveram algum dano. Houve relato e constatação de cinco casas destruídas e a RGE informou a queda de três postes impactando 2.753 clientes. Os levantamentos ainda apontaram 11 ocorrências de danos estruturais e perdas materiais e três em escolas da rede estadual. Também foram registrados a queima de equipamentos e rompimento de adutora da Corsan, estragos em tubulações pluviais, bueiros, calçadas e na cobertura asfáltica.
De acordo com o relatório, chuvas intensas, inundações, alagamentos, enxurradas e deslizamentos atingiram os bairros Dona Carlota, Bekencamp, Santa Vitória, Santuário, Faxinal Menino Deus, Pedreira, Ana Nery, Bom Jesus, Senai, Schutz, Bonfim, Centro, Margarida Aurora, Várzea, Goiás, Avenida, Independência, Universitário, Santo Inácio, Arroio Grande, Rauber, Country, Higienópolis e Esmeralda, além da área rural de Linha Santa Cruz.
A partir da homologação do decreto por parte do governo do Estado e do reconhecimento pelo governo federal, a Prefeitura pode contratar de forma emergencial a aquisição de bens, prestação de serviços e de obras, durante 60 dias, a contar dos eventos climáticos causadores dos desastres. Cidadãos também poderão ter acesso à antecipação de benefícios da Previdência Social, indenização por parte das seguradoras, renegociação de dívidas e recursos do FGTS.
Ao assinar o decreto, a prefeita Helena Hermany ressaltou que o objetivo é facilitar as ações de assistência à população afetada. “Muitas pessoas sofreram prejuízos e com esta medida poderão ter acesso a recursos para reconstrução de moradias e compra de móveis, as empresas poderão repor estoques e arrumar os estragos causados. Se pudermos acelerar as contratações, mais rápido a cidade vai estar bonita de novo”, disse ela.
Até esta sexta-feira a Prefeitura atendeu 623 famílias que se deslocaram ao pavilhão 3 do Parque da Oktoberfest em busca de auxílio, outras 454 que se dirigiram ao Cras Beatriz Jungblut, e outras 356 que buscaram o Cras Integrar.
*Com informações do repórter Otto Tesche/Correio do Povo