Estudo aponta que vacina de Oxford é eficaz contra mutação britânica da Covid-19

Pesquisadores testaram capacidade do imunizante em neutralizar variante do coronavírus descoberta no ano passado na Inglaterra

Um estudo preliminar da Universidade de Oxford, divulgado nesta sexta-feira, mostra que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela instituição, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, é eficaz contra a nova variante do coronavírus B.1.1.7, descoberta no ano passado no Reino Unido.

Os cientistas analisaram amostras de secreção nasal de participantes britânicos que participam do estudo, entre 1º de outubro de 2020 e 14 de janeiro deste ano, para descobrir com qual cepa eles haviam se infectado.

“Os dados de nossos testes da vacina ChAdOx1 [nome oficial do produto] no Reino Unido indicam que a vacina não apenas protege contra o vírus pandêmico original, mas também contra a nova variante, B.1.1.7, que causou o aumento da doença a partir do final de 2020 em todo o Reino Unido”, afirmou o investigador-chefe dos estudos da vacina de Oxford, Andrew Pollard, em comunicado divulgado hoje.

De acordo com o estudo, a proteção contra a infecção sintomática é semelhante a outras cepas, embora tenha havido uma pequena redução dos anticorpos naqueles infectados com a mutação descoberta no Reino Unido.

Nas últimas semanas, pesquisadores de Oxford começaram a testar a vacina contra as variantes do Reino Unido, África do Sul e Brasil. O objetivo é saber qual é o grau de proteção do imunizante contra cada uma delas, que são consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) “variantes preocupantes”, por terem mutações significativas na proteína de pico que, nas células humanas, se liga aos receptores.

“Coronavírus são menos propensos a mutação do que vírus influenza, mas sempre esperamos que, com a continuação da pandemia, novas variantes começarão a se tornar dominantes entre os vírus que estão circulando e que, eventualmente, uma nova versão da vacina, com uma proteína de pico atualizada, seria necessária para manter a eficácia da vacina no nível mais alto possível”, acrescentou a professora Sarah Gilbert, também investigadora do estudo.