O garoto de 11 anos, que foi encontrado acorrentado, nu, dentro de um barril, no último sábado no Jardim das Andorinhas, em Campinas, no interior de São Paulo, recebeu alta médica nesta quinta-feira. Ele estava internado no Hospital Municipal Mário Gatti e reagiu bem ao tratamento com soro e alimentação gradativa.
Agora a criança vai receber atendimento social e psicológico. A guarda do menino ainda não foi definida. Existe a possibilidade de ele ficar sob os cuidados dos tios, mas antes a família terá de passar por uma avaliação. O pai, a madrasta e a irmã da vítima foram presos preventivamente por determinação da Justiça. Eles devem responder por tortura e omissão.
O Ministério Público de São Paulo instaurou, na segunda-feira, um procedimento para investigar uma eventual falha da rede de proteção nos atendimentos prestados ao menino, que estava em condições de extrema violação de direitos fundamentais. O caso teve repercussão nacional, mas o procedimento segue em sigilo para não expor ainda mais a criança.
De acordo com informações do órgão público, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Campinas nunca havia recebido denúncia de maus-tratos ou negligência referente a essa criança. Por isso, os promotores solicitaram à rede informações sobre todos os atendimentos prestados ao menino no ano de 2020 e aguarda pelo envio dos documentos.
Doações
A Polícia Militar de Campinas está recebendo doações para o garoto e fazia o acompanhamento da criança no hospital. Os agentes chegaram a chorar ao ver a situação de abandono em que ele se encontrava na casa da família.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, deu prazo para que as secretarias responsáveis apresentem um relatório completo sobre os atendimentos prestados ao garoto. Além do acompanhamento feito à família pelo Conselho Tutelar há um ano, eles também faziam parte da Rede de Assistência Social do município.