Após fechar 2020 com o volume recorde de aplicações, a caderneta de poupança amargou saques maiores do que depósitos em R$ 18,2 bilhões no mês de janeiro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, pelo Banco Central. Trata-se do pior resultado mensal da história da aplicação.
A captação líquida do mês passado resulta da diferença entre os R$ 245 bilhões depositados e os R$ 263 bilhões retirados da aplicação. Até então, o pior desempenho do indicador coletado desde 1995 havia sido registrado em janeiro do ano passado, quando a captação líquida da caderneta ficou negativa em R$ 12,36 bilhões.
Já tradicional em meses de janeiro, quando o trabalhador retira recursos do 13º para arcar com as despesas de início de ano, o resultado negativo é impulsionado pelo fim do auxílio emergencial, que era disponibilizado diretamente na caderneta de poupança. A caderneta fechou janeiro no azul pela última vez em 2014, quando a aplicações superaram as retiradas em R$ 1,74 bilhão.
Na análise diária, é possível observar que a captação líquida da caderneta só se manteve positiva em cinco dias do mês passado. Por outro lado, os saques superaram os depósitos em 10 oportunidades.
Atualmente, com a Selic fixada em 2% ao ano, as aplicações na poupança rendem 70% da taxa básica de juros, o que representa uma rentabilidade na casa de 1,4% ao ano. Somente no ano passado, o investidor perdeu dinheiro ao aplicar dinheiro na caderneta, que ofereceu a pior rentabilidade em 18 anos, segundo a consultoria Economatica.
Apesar da rentabilidade inferior a outras aplicações de renda fixa e com a perda real do poder de compra, a busca dos investidores por mais segurança também impacta nos resultados da poupança em período da crise.