No dia da abertura do ano legislativo, nesta quarta-feira, senadores se reuniram com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, que pediu ajuda aos parlamentares na mediação do diálogo com autoridades sanitárias brasileiras. O objetivo é introduzir aqui outra vacina produzida pelo país asiático contra a pandemia de Covid-19, a da Sinopharm.
O imunizante já é aplicado em massa na China e quase não é discutido no Brasil. Conforme noticiou o jornal “O Estado de S. Paulo”, o embaixador relatou aos 18 parlamentares presentes na reunião online que o Instituto Butantan tem condições de replicar as doses.
Isso porque o imunizante tem tecnologia semelhante à da CoronaVac. Conforme as novas regras para autorização de uso emergencial divulgadas ontem pela Anvisa, a Sinopharm tem condições de ser autorizada com agilidade pela agência reguladora brasileira, uma vez que ela já foi liberada pela autoridade sanitária chinesa.
O encontro foi organizado pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), a qual frisou que a viabilização e a distribuição das vacinas são obrigações do governo federal. “Esse relacionamento entre Brasil e China está acima dos nossos mandatos, como senadores, e de presidentes da República. Vacina não é instrumento de política, vacina é instrumento de saúde pública e de preservação da vida. Essa é a disposição do Senado Federal”, postou a parlamentar no Twitter. “Queremos a solução dos problemas relacionados à produção e à aplicação da vacina.”
Também pelo Twitter, a senadora Leila Barros (PSB-DF) afirmou que “a viabilização e a distribuição da vacina não pode ser afetada por ideologias políticas. Garantir o acesso às vacinas é um dever do Estado”. Além disso, ela também ressaltou que “o Senado está empenhado em manter o bom relacionamento entre Brasil e China, independentemente da opinião controversa de algumas autoridades”.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) destacou as relações comerciais entre Brasil e China e agradeceu ao embaixador Yang Wanming pela CoronaVac (vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan) e pelas doações de oxigênio para o Amazonas.
“Nossa cooperação com a China é estratégica sob diversos aspectos. No contexto da pandemia, as vacinas ganham destaque. Agradeci ao embaixador pela liberação ágil da CoronaVac para o Brasil e pelas doações de oxigênio para o Amazonas”, escreveu Jean Paul em suas redes sociais.
A embaixada da China também se pronunciou em seu perfil oficial na internet, afirmando que o embaixador Yang Wanming “teve hoje [quarta-feira] um diálogo muito produtivo com um número expressivo de senadoras e senadores do Senado Federal pela iniciativa da senadora Kátia Abreu. Vamos trabalhar para consolidar a amizade China-Brasil e trazer benefícios ao novos povos”.
Não houve, porém, menção ao tema específico da Sinopharm na postagem.
O Embaixador @WanmingYang teve hoje um diálogo muito produtivo com um número expressivo de senadoras e senadores do @SenadoFederal pela iniciativa da senadora @KatiaAbreu . Vamos trabalhar para consolidar a amizade China-Brasil e trazer benefícios ao novos povos.
— Embaixada da China no Brasil (@EmbaixadaChina) February 3, 2021