Maia chora em discurso de despedida e é aplaudido de pé

Ao deixar a presidência da Câmara, deputado disse que três poderes cometem injustiça ao concentrar renda nas mãos de servidores

Foto: Michel Jesus / Câmara dos Deputados / Divulgação

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) se emocionou durante o último discurso no comando da Casa. Depois de encaminhar a votação à presidência e aos demais cargos da mesa diretora, ele se dirigiu primeiramente aos oito candidatos à presidência e depois a todos os parlamentares.

Maia chorou em vários momentos, especialmente no início e no final da fala, sendo aplaudido de pé ao fim do discurso.

“De todos os anos, o último foi o mais desafiador, em uma semana a Câmara dos Deputados desenvolveu um sistema remoto. A PEC da Guerra foi construção desse plenário, consegui colocar nesse painel do PSL ao PSol, tivemos todos os partidos unidos. Quero do fundo do meu coração agradecer essa oportunidade que é única para quem faz política”.

Maia disse que, do chão do plenário, vai continuar lutando pela melhor distribuição da riqueza produzida pelo País: “O governo federal e os seus três Poderes é injusto porque ele concentra a renda nas mãos dos servidores públicos e não é esse Estado que nós queremos defender. Nos Estados Europeus, impostos transferem 40% de renda e aqui menos de 5%. Esses são os nossos desafios: a vacina, o enfrentamento da pandemia e que os brasileiros sejam mais iguais. Que a escola pública seja boa para todas, que as UTIs salvem todos os brasileiros. É isso que precisamos enfrentar”.

Maia pediu desculpas pelas desavenças durante o processo eleitoral, especialmente com o deputado Arthur Lira (PP-AL) e apoiadores dele. “Tive oportunidade de conhecer melhor a nossa realidade através de cada deputado e apenas um de vocês. A partir dessa eleição, nós ficaremos unidos, eu no plenário. Com muito orgulho construiremos o País não para os próximos dois anos, mas para os próximos vinte anos”, completou.