O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, renunciou ao cargo na manhã desta terça-feira. A renúncia, que já era esperada, foi confirmada pelo gabinete da presidente Sergio Mattarella, que vai iniciar um processo de consulta aos líderes partidários para formar um novo governo.
A saída de Conte já havia sido anunciada por partidários após o premiê perder a maioria no Senado nessa segunda-feira, 25, com a saída do partido Itália Viva da coalizão governista. A sigla do ex-premiê Matteo Renzi se retirou da base de apoio de Conte criticando a condução das medidas contra a pandemia do novo coronavírus.
Após o revés no Senado na segunda-feira, Conte convocou um Conselho de Ministros para uma reunião na manhã desta terça-feira para “informar aos ministros de sua intenção de ir ao Quirinale (sede da Presidência da República) a renunciar”.
Na manhã desta terça, o gabinete de Mattarella confirmou que recebeu a renúncia de Conte, de modo que o presidente vai iniciar um processo de consulta aos líderes partidários na tarde de quarta-feira, 27. Ainda de acordo com as informações divulgadas pela presidência, Conte foi convidado a permanecer no cargo até que as negociações sejam encerradas e um novo nome seja anunciado.
A renúncia do primeiro-ministro ocorre antes de uma votação-chave sobre reformas judiciais, que está prevista para ocorrer no fim desta semana. Comentaristas sugerem que o governo estava prestes a perder a votação, e, sem maioria no Senado, os governistas teriam dificuldade em aprovar qualquer outra matéria, mesmo mantendo o apoio do maior partido do Parlamento, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), que disse que continuaria a apoiar Conte.
Futuro indefinido
Com o fim do segundo governo Conte, chega ao fim também a coalizão formada em setembro de 2019, que uniu o PD (centro-esquerda) e o Movimento 5 Estrelas (antissistema). O governo durou 509 dias.
Apesar da renúncia, Conte quer continuar no cargo para um terceiro mandato, e espera conquistar o apoio de parlamentares independentes e do Centro.
A oposição de extrema-direita, liderada pela Liga – segundo partido mais numeroso no parlamento italiano -, tenta pressionar para que as eleições sejam convocadas o mais rápido possível, acreditando que uma eleição rápida possa favorecê-la.
Já o partido Forza Italia, do ex-premiê Silvio Berlusconi, oferece apoio para a formação de um governo de unidade nacional. A sigla tem 93 deputados no parlamento italiano, sendo a terceira bancada mais representada.
*Com informações da Agência Estado