O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta terça-feira (26), que seu governo vai respeitar o teto de despesas e descartou a prorrogação do Auxílio Emergencial. Em seu discurso, feito prioritariamente a investidores estrangeiros, o político também prometeu acelerar as privatizações, sem citar quais seriam as primeiras da lista, e disse que o ambiente para se colocar dinheiro no país será bastante favorável em 2021.
“Não vamos deixar que medidas temporárias relacionadas com a crise se tornem compromissos permanentes de despesa, nosso objetivo é passar da recuperação baseada no apoio ao consumo para um crescimento sustentável”, afirmou em um evento do Credit Suisse, no qual participou por meio de videoconferência ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do titular da pasta das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Ele também declarou que a entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é prioridade da política externa do governo, assim como as reformas fiscal, tributária e administrativa. Bolsonaro afirmou ainda que o Brasil já é o sexto país que mais vacina no mundo contra a Covid-19 e que logo será o primeiro.
Ministro da Economia defende “protocolo de crise”
Depois do presidente, foi a vez de Guedes falar. Ele voltou a dizer que a economia brasileira surpreende o mundo e que a gestão atual está preparara para novos aumentos de casos de Covid-19. O ministro da Economia citou a queda de óbitos de mais de mil da semana passada para os 600 verificados domingo (24) e segunda-feira (25) – dias que, desde o início da pandemia, mostram queda por causa da redução de registros no fim de semana.
“Se a pandemia faz uma segunda onda e ficamos aí com 1.500, 1.600 mortes, saberemos agir com o mesmo tom decisivo como agimos no ano passado. Mas temos que observar se esse é o caso e se, ao contrário, as mortes descem, a vacinação em massa entra e a economia está de novo circulando, o correto é prosseguir com as reformas”, analisou Guedes.
O ministro disse que o novo presidente da Câmara, que será eleito em 1º de fevereiro, deve destravar a pauta das reformas defendidas pela equipe econômica. Ele cobrou responsabilidade dos políticos do Congresso para que não “apertem o botão vermelho” e voltem com o auxílio emergencial. De acordo com o ministro, em vez de pagar o benefício, o governo pode adotar o protocolo da crise, congelando gastos e aumentos de salários durante o avanço da doença.