Inaugurada há cerca de um mês, Delegacia de Combate a Intolerância já iniciou 57 investigações

Conforme a Polícia Civil, em 67% dos casos, o elemento que qualifica o crime está relacionado à cor da vítima

Foto: Raquel Barcellos / Polícia Civil / Divulgação / CP

Em operação há pouco mais de um mês, a Delegacia de Combate a Intolerância, em Porto Alegre, já iniciou 57 investigações. O órgão funciona desde 10 de dezembro do ano passado.

Segundo a delegada Andrea Mattos, 81% dos boletins de ocorrência registrados até o momento se referem ao crime de injúria qualificada, que consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou à condição de pessoa idosa ou com deficiência, bem como quando há aspectos relacionados à orientação sexual ou à identidade de gênero. Além desses, a policial salienta estarem em andamento investigações pelos crimes, em tese, de racismo, lesão corporal, calúnia e difamação.

Outros dados passados pela Polícia Civil apontaram que, em 67% dos casos, o elemento que qualifica o crime está relacionado à cor das vítimas; em segundo lugar, representando 11%, aparecem os casos de preconceito em razão da orientação sexual, seguidos da discriminação religiosa, com 10%; da discriminação em decorrência de deficiência (6%), da identidade de gênero (3%) e da idade (2%).

A delegada ainda pontua que, em 59% das ocorrências a vítima e o suspeito possuem algum tipo de relação, seja de vizinhança, trabalhista ou mesmo de parentesco, sendo que 35% dos casos ocorrem no ambiente residencial.

Já o perfil das vítimas é diverso, com 44% delas mulheres e 54% homens; 20 vítimas com idade até 30 anos, 33 vítimas entre 31 e 50 anos e 9 vítimas com mais de 50.

Quanto aos boletins, 39% dos registros foram feitos na Delegacia Online, 44% em outras delegacias de Porto Alegre e 18% na própria delegacia especializada.