Pesquisadores do Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino diagnosticaram uma paciente reinfectada com o novo coronavírus na Bahia. Entretanto esse seria o primeiro caso no mundo onde de alguém teria sido infectado novamente com a mutação do vírus denominada E484K. A paciente tem 45 anos, e foi infectada uma vez em maio e outra em outubro. Nos dois episódios, a paciente não apresentou evolução para quadros mais graves. A reinfecção foi confirmada por meio de teste laboratorial RT-PCR.
Essa variante do novo coronavírus foi encontrada originalmente na África do Sul e já havia sido identificada em um paciente no Rio de Janeiro. Essa e a primeira vez em que essa mutação da Covid-19 aparece em uma reinfecção. Segundo os pesquisadores do Instituto D´Or, essa reinfecção tem sido vista com preocupação, pois traz alterações que podem criar obstáculos à ação dos anticorpos para o tratamento dos pacientes com o vírus.
“A descoberta serve de alerta e reforça a necessidade de manutenção das medidas de controle da pandemia, com distanciamento social e a necessidade de acelerar o processo de vacinação, para reduzir a possibilidade de circulação desta e de possíveis futuras linhagens que, ao acumular mutações, podem vir a se tornar mais infectantes, inclusive para indivíduos que já tiveram a doença”, alerta o pesquisador do instituto Bruno Solano.
O episódio foi analisado pelo Instituto D´Or em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estudo foi registrado pelos pesquisadores do instituto em um artigo científico. O texto já foi submetido à revista científica Lancet Infectious Diseases, periódico acadêmico renomado internacionalmente e que tem sido espaço de lançamento de diversos estudos sobre a pandemia.