DetranRS identifica que 28% dos motociclistas envolvidos em acidentes com morte não eram habilitados

Pelo menos 249 pessoas que conduziam veículo automotor no momento do acidente não passaram por um processo de primeira habilitação

Foto: Ascom / DetranRS

Um estudo realizado pelo DetranRS sobre acidentes de trânsito com mortes em 2019 apontou que 27,7% dos motociclistas envolvidos não tinham Carteira Nacional de Habilitação. Entre os motoristas de quatro rodas, o índice foi de 8,3%. Passaram por análise 1.471 acidentes fatais, com 1.617 mortos e 1.888 condutores e motociclistas envolvidos, ativamente ou não, nos acidentes. Pelo menos 249 pessoas (13%) que conduziam veículo automotor no momento do acidente não passaram por um processo de primeira habilitação, com aulas teóricas e práticas.

Os dados apurados pelo DetranRS alertam para a importância do processo de formação de motoristas. “Não ter a formação adequada é um fator de risco altíssimo, principalmente para motociclistas. A habilitação com um instrutor qualificado em um Centro de Formação de Condutores é crucial na prevenção de acidentes. Precisamos agir para trazer esses motociclistas para dentro do sistema de trânsito”, avalia o diretor-geral do DetranRS, Enio Bacci.

A partir da análise dos índices de condutores e motociclistas não habilitados envolvidos em acidentes fatais no Rio Grande do Sul em 2019, o DetranRS buscou identificar onde o problema estava mais concentrado.

As vias municipais concentraram a maior parte dos acidentes com morte envolvendo não habilitados: 57,2% desses acidentes ocorreram dentro das cidades (para o total dos acidentes, o percentual é de 41,3%). As vias estaduais e federais concentraram 42,8% dos acidentes com não habilitados, percentual menor que no total dos acidentes: 58,7%.

O DetranRS identificou um aumento significativo nos percentuais de choques com objeto fixo e tombamento. Ambos somavam 22% do total de acidentes no Estado, mas, entre os acidentes com envolvimento de condutores/motociclistas não habilitados, esse percentual chega a 33%. Nos atropelamentos se observa uma redução de 23% para 9% ao se fazer essa comparação. Isso pode ocorrer porque, em alguns casos de atropelamento, o condutor foge do local, impedindo a identificação na ocorrência.

Nas madrugadas, manhãs e tardes, o índice de condutores e motociclistas não habilitados envolvidos em acidentes fatais aumentou discretamente. O turno da noite parece diminuir na análise desse recorte de acidentes. Entretanto, essas variações não foram consideradas estatisticamente significativas.

Em relação ao dia da semana, se observou um aumento na proporção de motoristas não habilitados envolvidos em acidentes aos domingos: de 18,2% do total de acidentes registrados no Estado para 25,2% com envolvimento de não habilitados. Em contrapartida, nas quartas e quintas observou-se redução na soma dos índices de não habilitados, passando de 24,8% para 14,8%.