O secretário de saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, afirmou nesta quarta-feira (6) que São Paulo iniciará vacinação no dia 25 de janeiro e cobrou o apoio de prefeitos para o cumprimento do programa estadual de vacinação.
“O governador João Doria (PSDB) entendia que não era justo a gente continuar a perder vidas se a única forma é por meio da vacinação. A vacina do Butantan se mostrou segura, nas três fases, a capacidade de produzir defesa e, na terceira fase, a eficácia estabelecida, com índices exigidos pela OMS e Anvisa.”
O resultado dos testes da fase 3 da vacina, no entanto, ainda não foram divulgados pelo Instituto Butantan. A previsão inicial era de que os documentos fossem entregues à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 15 de dezembro.
“O programa vai ocorrer, está desenhado para seu início no dia 25 de janeiro e para que esse plano seja de exemplo ao país, de proteção à vida, nós precisamos de cada um de vocês, de cada um dos municípios, apoio que sempre deram para outras campanhas, mas essa é diferente. Estamos no meio de uma das maiores crises sanitárias já vividas.”
O secretário da saúde afirmou ainda que não adianta aumentar número de leitos, se os prefeitos não se comprometerem a evitar aglomerações e seguir os ritos sanitários. “Precisamos disponibilizar leitos de UTI, mas se tivermos um incremento numa velocidade muito alta talvez isso [deixar de atender pacientes] possa acontecer.”
“Vimos uma situação semelhante com a gripe espanhola e hoje vivemos uma guerra com um inimigo invisível que jamais imaginaríamos. Tivemos um incremento nos casos, óbitos e internações no Estado. Jamais imaginávamos esse aumento porque estávamos observando uma queda nos casos e voltou de uma forma forma abrupta. Temos 10 hospitais que atingiram sua capacidade máxima de atendimento.”
Gorinchteyn disse ainda que o programa estadual de vacinação foi solicitado pelo governador em setembro. “O programa de imunização vai ocorrer, está programado para ter início em 25 de janeiro. Precisamos do apoio de cada um dos municípios. Estamos no meio de uma das maiores crises sanitárias já vividas.”
Cronograma de vacinação
O público-alvo, segundo o secretário, tem como prioridade vacinar idosos que equivalem a 7,5 milhões de pessoas, representando 77% das mortes decorrentes da covid-19, assim como trabalhadores da área da saúde, indígenas e quilombolas. A primeira fase vai até março, com duas doses por pessoas com intervalo de 21 dias.
“Conseguimos ampliar pontos de vacinação para mais de 10 postos e se utilizarão de escolas, quarteis da PM, estações de trens e ônibus, além de farmácias e esquemas de drive-thru”, afirmou. “Temos 27 milhões de seringas.”
O secretário do desenvolvimento regional, Marco Vinholi, disse que os prefeitos que não seguirem regras podem ir “para o fim da fila”. “Se não cumprir as regras fundamentais, notificamos, encaminhamos para o MP-SP, que, muitas vezes, entra com improbidade administrativa, e os prefeitos podem sofrer sanções”, afirmou.
Encontro com prefeitos
O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (6), durante encontro realizado com os 645 prefeitos do municípios paulistas, que o Estado de São Paulo viverá momentos difíceis no combate ao coronavírus. “Teremos um ano de 2021 difícil, muito mais difícil do que imaginaríamos até outubro do ano passado.”
Em relação à saúde, João Doria afirmou que o tema é a prioridade absoluta. “Temos que fazer o alerta da segunda onda que chegou ao Brasil e ao mundo. São 215 países que enfrentam a segunda onda deste vírus. Não tínhamos essa perspectiva até outubro do ano passado”, disse.
O objetivo do encontro foi de estabelecer os objetivos dos prefeitos à frente dos municípios nos novos mandatos e quais são as prioridades relacionadas à saúde, proteção à ciência e a vacinação em São Paulo. De acordo com o governo, a reunião ocorrerá uma vez por semestre. O próximo encontro, segundo Doria, ocorrerá em julho de forma virtual. No fim do ano, haverá uma terceira reunião de forma presencial.