Após ser duramente atingido pela pandemia, o setor das locadoras de automóveis projeta um crescimento significativo no Rio Grande do Sul para este ano. A retomada, de acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis no Estado (ABLA-RS), se dá principalmente pela alta procura feita por motoristas de aplicativo.
No ano passado, entre março e maio, o setor chegou a ter uma queda de 80%. Mas ao longo de 2020 conseguiu se recuperar. Mesmo assim, segundo a ABLA-RS, há preocupação por conta da fila de espera nas locadoras para a locação de carros por profissionais que querem iniciar na modalidade. Essa situação também atinge as empresas que querem renovar suas frotas de veículos, mas não conseguem pelo atraso, que ocorre entre 60 a 90 dias, por parte das montadoras em entregar os automóveis devido a falta de matéria-prima no mercado.
Conforme o diretor da ABLA-RS, Rodrigo Selbach, a falta de veículos nas locadoras também atingiu o turismo de lazer, principalmente em rotas na Serra Gaúcha no período próximo do Natal. Somente esse segmento do setor representa 13% do setor no Estado. Para Selbach, a situação deve perdurar por mais um período, já que a pandemia ainda está fazendo com que as locadores estejam num momento de normalização, uma vez que 90% dos veículos disponíveis para aluguéis diários chegaram a ficar parados nos pátios das locadoras no ano passado.
Desempenho no Brasil
Nacionalmente, o segmento teve resultado semelhante ao do Rio Grande do Sul. De acordo com a Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (ABLA), entre janeiro e dezembro de 2019, a frota total era de 997.416 veículos. Desse total, 48% são alugados diariamente – o que corresponde a 480.000 automóveis. Com a queda de 90% desse volume de março e a maio, 430.000 carros ficaram parados nos pátios das locadoras no ano passado.
Além disso, também houve registro de queda na frota de veículos. Segundo a ABLA, isso ocorreu porque as locadoras tiveram que efetuar a venda dos automóveis para fazer capital de giro enquanto estavam em crise durante os meses da pandemia, pois não estavam alugando os carros e tinham alto nível de devolução. Com isso, a associação estima que atualmente o déficit no setor de locação é de 100 mil veículos.