O presidente Jair Bolsonaro conversou com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada pouco antes da reunião ministerial desta quarta-feira (6). E não poupou críticas e xingamentos à imprensa. Começou a conversa na frente do Palácio do Alvorada dirigindo-se a uma pessoa que não aparece no vídeo. “Deu uma confusão ontem, você viu? [Quando] Eu falei que o Brasil estava quebrado. O Brasil está bem, uma maravilha. A imprensa sem vergonha faz uma onda terrível”, afirmou.
“Para a imprensa voltava Lula, Dilma”, disse, em referência aos ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Essa torcida pelo retorno do PT, segundo Bolsonaro, ocorre porque “eles davam R$ 3 bilhões por ano” aos veículos de comunicação. O presidente desabafou com os fãs, dizendo que a imprensa bate nele todo dia. “O maior problema do Brasil não é com alguns órgãos, é com a imprensa. Se eu me preocupar com o que a mídia escreve, eu não saio de casa”, declarou.
Ele contou aos apoiadores que em 2019 tentou cancelar todas as assinaturas de jornais e revistas que chegavam aos órgãos do governo federal. “Se quiser comprar lixo, vai na rodoviária”, disse. “Não é nem lixo, né, porque lixo é reciclável, esse povo não serve para nada.” Pouco depois, o chefe do Executivo discordou de uma apoiadora, que comentou que tudo que saía sobre o governo era distorcido. “Eles não distorcem, não, eles inventam”, afirmou Bolsonaro.
Ele reclamou por duas vezes de notícias que falam que ele tem conversado com o ex-presidente Michel Temer para pedir conselhos. “Não falo com ele há pelo menos 30 dias.” E continuou citando o que em sua visão são perseguições dos jornalistas. “Ontem eu falei que parte dos brasileiros não está preparada para o mercado de trabalho. A imprensa disse que eu ofendi todos os trabalhadores do Brasil.”
Quando uma fã afirmou que ele estava certo e que a “geração Paulo Freire” não sabia sequer interpretar textos, ele emendou. “[Não sabem] nem tabuada.” Bolsonaro também acusou os veículos de comunicação de irresponsabilidade ao falar na vacinação contra a covid-19 em outros países. “Tem uma tal de Anvisa aí que a imprensa nem toca no assunto. Tem que passar por lá”, criticou.