Após anunciar R$ 201 milhões em caixa, Marchezan afirma que Melo terá ‘mais facilidade para governar’

Atual prefeito da Capital comemorou o resultado, que representa avanço de R$ 638 milhões em relação a 2016

Foto: Cesar Lopes/PMPA

Após uma longa série de prejuízos, a prefeitura de Porto Alegre encerra o ano de 2020 com dinheiro em caixa. Segundo balanço divulgado pela Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) nesta quarta-feira (30), a Capital tem R$ 201 milhões disponíveis nos cofres antes do Réveillon. O resultado, atribuído às reformas estruturais e à contenção de gastos na cidade, representa um avanço de R$ 638 milhões em relação a 2016.

O prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que deixa o cargo em 1º de janeiro, classificou o reequilíbrio das contas como o principal legado que deixa para a cidade. “A prefeitura estava muito atrasada em relação ao Estado e à União. Tínhamos aumentos automáticos que nos levavam a um patamar completamente descolado da receita. Nesse ano, já conseguimos, por exemplo, pagar o 13º salário de forma antecipada”, comemora.

Em transmissão nas redes sociais, Marchezan também destacou a melhora da avaliação da cidade frente à Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Conforme a apresentação, em 2017, Porto Alegre tinha a pior capacidade de caixa entre as 27 capitais brasileiras – com índice de -0,6 pontos. Em 2019, o município já estava na vigésima posição, com índice de 0,5 pontos.

“O próximo prefeito eleito terá mais facilidade para governar. Mais do que todos tiveram, nos últimos 20 anos. Nós pegamos a prefeitura na pior situação e entregamos no melhor panorama”, afirma. O gestor voltou a criticar a ideia de reversão na nova Planta Básica de Valores do IPTU, uma das promessas de Sebastião Melo (MDB). “Qualquer alteração vai ampliar as injustiças”, opina o prefeito.

Despesas

O principal gasto do Executivo porto-alegrense continua sendo a folha de pagamento dos servidores. Entretanto, o percentual de dinheiro investido em salários e benefícios aos funcionários públicos vem caindo, ano a ano. A projeção é de que, em 2020, o valor represente 41,5% do total gasto pelo município. O pico foi registrado em 2017, quando mais da metade do orçamento ficou comprometida com o item.

A capacidade de pagamento de Porto Alegre também melhorou, conforme a projeção da prefeitura. A atual administração diz que, no ano que vem, a cidade deve voltar à avaliação máxima “A” em termos de poupança corrente e liquidez. Caso isso se confirme, o município terá o melhor crédito possível em todos os parâmetros analisados pela Secretaria do Tesouro Nacional.