A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, levou 16 golpes de faca ao ser assassinada pelo ex-marido na frente das três filhas do casal na Barra da Tijuca, zona norte do Rio, na véspera de Natal, de acordo com laudo do IML (Instituto Médico Legal) divulgado neste sábado (26). O rosto e o pescoço da vítima foram as áreas mais atingidas.
O engenheiro Paulo José Arronenzi cumpre prisão preventiva. Ele não disse nada durante depoimento à polícia e só deve se pronunciar em juízo. Em setembro, Viviane fez um boletim de ocorrência por lesão corporal e ameaça contra o ex-marido, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Ela teve escolta, mas abriu mão da proteção recentemente.
O corpo dela foi cremado nesse sábado no Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, zona portuária do Rio de Janeiro. A cerimônia foi reservada a pessoas próximas. O irmão da vítima foi consolado por amigos. Não estiveram na cerimônia as três filhas da juíza que vão ficar sob os cuidados do avô.
Em depoimento, uma testemunha afirmou que passava dde carro pelo local e, ao ver as agressões, correu para pedir socorro. Na sequência pegou as filhas da juíza e levou a um restaurante, com medo de que o pai também as machucasse.
A cada dois minutos, uma mulher é vítima de violência doméstica no Brasil. Em 2019, foram 1.326 casos de feminicídio, segundo o Anuário de Segurança. Quase 90% foram mortas pelo companheiro ou ex-companheiro. Apenas no primeiro semestre deste ano, a violência contra a mulher deixou 648 delas mortas, também segundo o Anuário de Segurança. Nesta época de Natal, houve outros dois casos chocantes no país.