Corpo de juíza morta por ex-marido no RJ será cremado neste sábado

Engenheiro Paulo José Arronenzi cumpre prisão preventiva por assassinar Viviane Arronenzi a facadas na frente das filhas

Foto: Reprodução / Redes Sociais

O corpo da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, assassinada a facadas pelo ex-marido na frente das três filhas, será cremado na manhã deste sábado (26) no Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, zona portuária do Rio de Janeiro.

Ex-marido de Viviane, o engenheiro Paulo José Arronenzi, preso em flagrante logo após o crime, teve sua prisão convertida em preventiva pela juíza Monique Brandão, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) na tarde dessa sexta-feira (25). O assassinato aconteceu na tarde de quinta-feira (24), véspera de Natal.

Ontem pela manhã, ele esteve na Delegacia de Homicídios da Capital, onde permaneceu em silêncio. Arronenzi só vai se manifestar em juízo sobre o caso.

Viviane saiu de Niterói, onde morava, para deixar as três filhas com o pai na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e foi morta por ele no meio da rua.

De acordo com as investigações, em setembro deste ano, ele já havia agredido a ex-mulher e foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Desde então, a juíza passou a ser escoltada, mas abriu mão da proteção há menos de dois meses, a pedido de uma das filhas.

A faca usada pelo engenheiro no crime não foi localizada, mas no carro dele a polícia apreendeu outras três facas. A suspeita é de que o crime foi premeditado.

Manifestações

O Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Rio de Janeiro lamentaram o assassinato.  “O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, vítima de feminicídio na Barra da Tijuca nesta quinta-feira (24/12)”, divulgou o tribunal.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) também publicou uma nota de pesar pela morte de Viviane. O órgão lembra que a juíza integrava a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro havia 15 anos, com passagem pela 16ª Vara de Fazenda Pública, e atuava atualmente na 24ª Vara Cível da Capital. “O MPRJ, por meio da Promotoria de Justiça com atribuição, irá acompanhar a investigação deste bárbaro crime e repudia o feminicídio”, disse o órgão. O último trabalho de Viviane foi na 24ª Vara Cível da Capital.

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram também nota de pesar afirmando que o assassinato da juíza não ficará impune. “Nesta Nota Oficial conjunta, as entidades representativas dos magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos”, publicaram as entidades.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, também lamentou a morte da juíza. Segundo o magistrado, “estamos em sofrimento, estamos em reflexão e nos perguntando o que poderíamos ter feito para que esta brasileira Viviane não fosse morta. Precisamos que esse silêncio se transforme em ações positivas para que nossas mulheres e meninas estejam a salvo, para que nosso país se desenvolva de forma saudável.”