Após assassinato de juíza no RJ, presidente do TJ/RS pede união no combate à violência doméstica

Desembargador Voltaire de Lima Moraes classifica ato como "covarde"

Foto: Eduardo Nichele/Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

A morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, assassinada pelo ex-marido na véspera de Natal, é motivo de revolta na sociedade e, também, entre os colegas da vítima. Neste sábado (26), o presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, desembargador Voltaire de Lima Moraes, pediu a união de todos os Poderes para o combate à violência doméstica no Brasil.

Em nota, o magistrado – que também está à frente do Conselho de Tribunais de Justiça – classificou o crime como “covarde”. “É intolerável que atos como este continuem surgindo de forma crescente no nosso país”, afirma. O desembargador lembra que o Brasil ficou em quinto lugar no ranking mundial de feminicídios, de acordo com o último levantamento do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

O país só ficou à frente de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia na lista, divulgada no início de dezembro. “Isso é inadmissível e requer uma posição firme do Poder Público no sentido de impedir a ampliação destes crimes que, segundo diversos dados de instituições ligadas à Segurança Pública, aumentaram ainda mais durante a pandemia”, concluiu o Voltaire de Lima Moraes.

Corpo de juíza será cremado

O corpo da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, assassinada a facadas pelo ex-marido na frente das três filhas, será cremado na manhã deste sábado (26). Ex-marido da vítima, o engenheiro Paulo José Arronenzi, preso em flagrante logo após o crime, teve sua prisão convertida em preventiva pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ontem, ele esteve na Delegacia de Homicídios da capital carioca, onde permaneceu em silêncio.

Viviane saiu de Niterói, onde morava, para deixar as três filhas com o pai – e foi morta por ele no meio da rua. De acordo com as investigações, em setembro deste ano, ele já havia agredido a ex-mulher e foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Desde então, a juíza passou a ser escoltada, mas abriu mão da proteção há menos de dois meses, a pedido de uma das filhas. A faca usada pelo engenheiro no crime não foi localizada.