Defensor da abertura do comércio, Sparta teme agravamento da pandemia após virada do ano

Próximo secretário de Saúde de Porto Alegre defende planejamento da vacinação contra a Covid-19

Sparta solicitou o afastamento para dedicar-se à eleição do Conselho Regional de Medicina do Estado. Foto: Agência ALRS

Anunciado como o próximo secretário da Saúde de Porto Alegre, o médico Mauro Sparta já trabalha nas primeiras medidas que serão anunciadas pela pasta após a posse do prefeito-eleito Sebastião Melo (MDB). Nos últimos dias, ele se reuniu com a diretoria dos maiores hospitais da Capital, assim como fez junto às entidades empresariais. Isso porque a nova administração municipal segue convicta em aliar a economia ao combate da Covid-19.

Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, nesta quarta-feira (23), Sparta elogiou a gestão de Pablo Stürmer à frente da secretaria e manifestou o interesse em dar continuidade ao trabalho realizado até aqui. “As pesquisas apontam essa pasta como a melhor avaliada no governo atual. Conheço muitas pessoas que lá trabalham e tenho a convicção de que vamos dar continuidade ao processo”, disse.

Apesar de defender o isolamento vertical e a ampliação dos serviços, o médico teme um revés no controle da pandemia após as festas de final do ano. A taxa de ocupação nos leitos de UTI, que está em 90%, é o fator que mais preocupa. “Precisamos nos preparar para os próximos dias, o próximo mês. Receio um aumento na procura pelos nossos leitos de tratamento intensivo. Pedimos que a população tenha cuidados”, ressalta Mauro Sparta.

Vacina

O próximo secretário da Saúde evita projetar uma data para o início da imunização dos porto-alegrenses contra a Covid-19. Entretanto, reforça que a cidade já prepara o esquema de vacinação em massa. Uma das hipóteses levantadas pela administração é a necessidade de superfreezers para o armazenamento das doses desenvolvidas pela Pfizer, que precisam ser mantidas a uma temperatura de 70 graus negativos.

“A UFRGS já tem 20 equipamentos do tipo, e parece que estão comprando mais quatro ou cinco. Agora, temos que ver a questão logística. Até porque, se recebermos outra vacina, não há a necessidade dos freezers”, salienta Sparta. A Capital depende exclusivamente de um repasse do Ministério da Saúde – já que, assim como o Governo do Rio Grande do Sul, não tem acordo com nenhum dos fabricantes que trabalham no combate ao coronavírus.