O Detran gaúcho divulgou, nesta terça-feira, um levantamento que cruza dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), sobre acidentes de trânsito com morte em 2019, com os resultados dos testes de alcoolemia feitos pelo Instituto-Geral de Perícia (IGP). O resultado mostra que 37% dos condutores mortos tinham álcool no sangue.
Foram analisados os casos de 624 condutores de veículos de duas e quatro rodas que faleceram em acidentes, excluindo-se assim os caroneiros, ciclistas, carroceiros e pedestres.
O percentual de mortos com presença de álcool no sangue, entre condutores de veículos com quatro rodas, chegou a 41% (142). Entre os 276 motociclistas mortos e testados, o percentual de alcoolemia ficou em 33% (90). Observou-se também a presença predominante dos homens entre os condutores mortos com álcool no sangue, com proporção que chegou a 97% (225) do total.
Nos acidentes em que não havia álcool envolvido, os homens representaram 79% das vítimas. Jovens entre 21 e 39 anos responderam pelo maior percentual de alcoolizados entre os mortos em acidentes, chegando a 54%. Nos acidentes sem a presença de álcool, eles foram 37%.
Entre os municípios maiores, Canoas teve o maior percentual de alcoolizados: foram 10 positivos para álcool entre 19 condutores mortos testados (52%), à frente de Pelotas (39%), Porto Alegre (31%), Caxias do Sul (31%) e Gravataí (25%).
O estudo do Detran também aponta os tipos de ocorrências mais comuns entre os condutores com álcool no sangue. Chamou a atenção, por exemplo, que os acidentes do tipo choque com objeto fixo e capotagem somaram 18% do total de ocorrências com morte. Entre os acidentes com envolvimento de condutores/motociclistas alcoolizados, porém, o percentual desse tipo de ocorrência sobe para 40%.
O diretor-geral do DetranRS, Enio Bacci, manifestou preocupação com os dados, especialmente às vésperas das festas de fim de ano. “Importante divulgar esse estudo a tempo de alertar a população sobre os riscos de se dirigir alcoolizado. Fazemos um chamamento para que não se tolere esse tipo de comportamento entre os familiares e amigos (…) principalmente nesses tempos, em que precisamos de todos os leitos de hospital disponíveis para as vítimas da Covid-19. Vamos entrar no espírito de Natal, sendo empáticos e solidários. Vidas dependem de nossas ações, seja em não agir de forma irresponsável ou alertando para que outros não o façam”.