Caso João Alberto: MP denuncia seis pessoas envolvidas em assassinato

Envolvidos foram denunciados por homicídio triplamente qualificado com dolo eventual

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

O Ministério Público denunciou seis pessoas pela morte de João Alberto Silveira Freitas, mais conhecido como Beto, espancado até a morte nas dependências do supermercado Carrefour, na Zona Norte de Porto Alegre. O anúncio, referente ao caso que chocou o país às vésperas do Dia da Consciência Negra, aconteceu nesta quinta-feira (17).

O MP sugere que os envolvidos no caso – a fiscal de caixa Adriana Alves Dutra e os seguranças Magno Braz Borges, Giovane Gaspar da Silva, Kleiton Silva Santos, Rafael Rezende e Paulo Francisco da Silva – sejam processados por homicídio triplamente qualificado com dolo eventual.

As qualificadoras foram motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, os promotores pedem a prisão preventiva de Kleiton, Rafael e Paulo, e a conversão em preventiva da prisão temporária de Adriana.

“Dois deles são aqueles que atuaram com agressão física. E um terceiro que se soma aqueles dois que já foram alvo do flagrante da custódia preventiva. Então todos os atos de intimidar e afastar as pessoas, entre elas o da esposa da vítima, que estava desesperada na tentativa de impedir o curso daquela ação que era anunciava pelos gritos da vítima, que estava sufocando precedida de uma agressão de quase dois 2 minutos, intensa, selvagem. Tudo isso precedido por uma situação de monitoramento, onde há ao final, aquela que coordena, que infelizmente é uma figura feminina, mas que coordena aquele grupo de seguranças”, afirma o promotor André Martínez.

O Ministério Público acompanha caso na esfera civil. A Promotoria de Direitos Humanos do órgão está em contato com o Carrefour e com a empresa de segurança Vector, onde alguns dos denunciados prestavam serviço, para que ambas façam ações sociais.

Conforme o procurador-geral do Ministério Público, Fabiano Dallazen, o objetivo é promover ações afirmativas. “Fazer a responsabilização e a indenização a título coletivo. Mas não para que esse dinheiro retorne para um fundo. Mas que esse dinheiro seja investido em ações concretas que visem a diminuição, a eliminação dessas práticas caracterizadoras do racismo”, destaca.

A denúncia foi encaminhada ao Poder Judiciário no final desta manhã. Agora, caberá a Justiça decidir se aceita ou não o que foi apresentado no documento.