Inicialmente prevista para acontecer hoje, a liberação da permanência dos banhistas nas praias do Litoral Norte gaúcho só deve ser formalizada nesta quinta-feira (17). Os prefeitos das cidades que fazem parte da região ainda trabalham no acerto dos últimos detalhes do novo plano de contingência do coronavírus – documento exigido pelo Governo do Estado para a retomada das atividades nas faixas de areia.
Cada município terá de regulamentar as normas, por meio de decreto. Entretanto, o presidente da Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) e prefeito de Imbé, Pierre Emerim, garante que o mesmo conjunto de regras valerá para todas as praias. “Os municípios não querem multar ninguém. Queremos orientar. Além das equipes de apoio à fiscalização sanitária, vamos usar o efetivo das guardas municipais”, explica.
“A Brigada Militar também tem contribuído para esse monitoramento. Os próprios guarda-vidas vão poder intervir em eventuais aglomerações”, afirma Emerim. A prefeitura de Imbé, por exemplo, vai remanejar servidores da prefeitura para reforçar a orientação da população à beira da praia. Assim que aprovado pelo Palácio Piratini, o protocolo vai ser apresentado, de forma lúdica, à população.
Flexibilização já movimenta hotelaria
A liberação da permanência na faixa de areia das praias se tornou viável em razão da volta da cogestão, que autoriza as prefeituras a adotarem protocolos menos severos do que os previstos pelo Estado. O Litoral Norte segue sob a bandeira vermelha do Distanciamento Controlado, que denota risco alto para a transmissão da Covid-19. A proibição do banho afligia os empresários da região, que temiam grandes prejuízos econômicos.
“Haveria o fechamento de quase 90% das empresas. Hoteis, restaurantes, lojas. Eu sou uma que, caso não acontecer a abertura, vou ter de fechar dois estabelecimentos em Torres. Não tem o que fazer. São mais de 100 pessoas que eu teria de desligar por causa da crise”, relata a presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral Norte, Ivone Ferraz.
A flexibilização já fez com que cerca de 20% dos clientes que haviam cancelado reservas voltassem a contratar hospedagens no Litoral Norte. Apesar do indicativo de melhora, o setor ainda teme um novo revés à medida em que várias cidades passarão por troca de prefeitos em 1º de janeiro. “Eu temo a chegada desses problemas, mas temos a maioria dos gestores ao nosso lado”, comemora Ferraz.
Atividades de Réveillon estão canceladas
A virada de ano, que tradicionalmente provoca um grande aumento na população do Litoral Norte, será bem diferente na região. Isso porque as cidades-membro da Amlinorte decidiram, por consenso, suspender todas as atividades públicas que poderiam causar aglomerações – como apresentações culturais e a queima de fogos. A medida vale até o fim de janeiro.
