Após o governo estadual indeferir o recurso e manter a classificação de bandeira preta para a região de Bagé, o prefeito da cidade, Divaldo Lara, reiterou que não vai cumprir as medidas de restrição impostas pelo modelo de Distanciamento Controlado para localidades com risco altíssimo da Covid-19. Em live, acompanhado do procurador jurídico do município, Igor Palomino, e do secretário de saúde, Geraldo Gomes, Lara disse que vai buscar a cogestão e afirmou que pode entrar com um mandado de segurança para não fechar o comércio local.
“Vamos trabalhar com o recurso de cogestão, para que possamos administrar as ações da cidade de forma independente. Caso não seja aceito, entraremos com o mandado de segurança para garantir o funcionamento dos setores, principalmente o comércio. Mantenham seus trabalhos porque vamos enfrentar esta bandeira preta com posição. Não ficaremos em polo passivo e não vamos permitir o fechamento do comércio em pleno Natal”, adiantou.
Apesar da insatisfação e da irritação do prefeito, caso o pedido de cogestão seja acatado, a cidade fica autorizada a cumprir regramentos de bandeira vermelha. Segundo Lara, Bagé passou pelo pior momento no início e está há nove meses enfrentando a pandemia com empenho.
“Enquanto muitos municípios não adotaram as práticas, nós fizemos todo o necessário e não vamos permitir o fechamento neste final de pandemia”, garantiu Lara. “Inclusive Bagé foi a primeira a protocolar pedido de compra de vacina, há mais de 90 dias. Somos a segunda melhor cidade em combate ao vírus no Rio Grande do Sul, com os menores números de infectados e vítimas”, completou o prefeito.
O coordenador do Centro de Operações Especiais, Mário Mena Kalil, reiterou as falas do prefeito, mas garantiu que a cidade vai aumentar a fiscalização das medidas de prevenção. “O que vamos fazer é intensificar a fiscalização, em uma grande força tarefa. Sabemos que estamos todos cansados mas é hora de trabalharmos juntos”, relatou.
O procurador Igor Palomino informou que vai ser confeccionado um decreto, emitido pelo prefeito, determinando que o município siga com as regras da bandeira vermelha.