A farmacêutica AstraZeneca, que desenvolve uma vacina contra a Covid-19 junto da Universidade de Oxford, anunciou nesta sexta-feira (11) que investigará o uso combinado da fórmula com a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Ambas utilizam a mesma tecnologia, chamada de vetor viral.
Ou seja: as doses contém um vírus modificado, que introduz no organismo uma parte do genoma do coronavírus Sars-Cov-2. Assim, espera-se que o corpo produza os anticorpos necessários para evitar a infecção. A diferença é que a vacina AstraZeneca/Oxford consiste da aplicação de duas doses iguais, enquanto a Sputnik V tem duas doses diferentes.
Pesquisadores russos sugeriram que essa disparidade faz com que a fórmula do Instituto Gamaleya seja mais eficaz. Entretanto, ainda não foram publicados dados referentes à vacina em revistas científicas. No caso de Oxford, o estudo demonstra que a imunização foi de até 90% nos voluntários que tomaram a dose com menor proporção do medicamento.
Vacinas podem ser usadas no Brasil
O Governo Federal tem um contrato de compra de doses junto à AstraZeneca – que, em caso de sucesso no desenvolvimento das doses, vai repassar a tecnologia para que seja desenvolvida no Brasil. A previsão é de que R$ 1,9 bilhão sejam investidos no trâmite, que envolve a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Dois estados já manifestaram interesse em produzirem a vacina russa: Paraná e Bahia. A fórmula, entretanto, nunca foi testada no país.
Sanofi e GSK adiaram doses para o fim de 2021
A corrida para pôr fim à pandemia da Covid-19 também enfrentou um revés nesta sexta-feira. Os laboratórios europeus Sanofi e GSK identificaram resultados abaixo do esperado nos primeiros testes clínicos e adiaram o programa para o fim de 2021. O início dos testes em humanos foi postergado, fazendo com as doses tenham previsão de chegar ao mercado a partir de outubro do ano que vem.