Pazuello: Brasil já garantiu 300 milhões de doses de vacina contra Covid-19

Cálculo do ministro da Saúde leva em conta parceria firmada entre a FioCruz e o laboratório AstraZeneca e o consórcio Covax Facility

Foto: AstraZeneca / Divulgação / CP

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça-feira que o Brasil já assegurou 300 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 para 2021. Segundo ele, o início da vacinação neste momento depende apenas da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a imunização vai estar disponível, em breve, a todos que quiserem.

O total citado por Pazuello leva em conta a parceria firmada entre a FioCruz e o laboratório sueco AstraZeneca e o consórcio Covax Facility, que, segundo ele, busca “fazer com que todos os países possam adquirir a vacina de forma eficaz em quantidades e preços equitativos”.

“São 142 milhões de doses de vacinas que serão produzidas pela FioCruz, inicialmente recebendo parte da vacina já pronta da AstraZeneca e, em seguida, produzindo a partir do insumo farmacológico com a transferência da tecnologia”, explicou Pazuello.

Ele fala que 100 milhões de doses devem ser aplicadas no primeiro semestre de 2021. “Depois, teremos 160 milhões de doses no segundo semestre já com a tecnologia incorporada”, destacou. A vacina da AstraZemeca exige duas aplicações, o que imuniza, em tese, 130 milhões de pessoas.

Sobre o consórcio Covax Facility, o ministro ressalta a possibilidade de aceso inicial do Brasil a 42 milhões de doses dos imunizantes. “Assim que nós tivermos vacinas concluídas do consórcio, poderemos efetuar o contrato de uma das produtoras”, reforçou.

O ministro confirmou também ter iniciado o processo de contratação de 70 milhões de doses do imunizante produzido pela Pfizer, que já começou a ser utilizado no Reino Unido. Segundo ele, o memorando assinado prevê o recebimento das doses já em janeiro de 2021.

Pazuello disse ainda que o Ministério da Saúde acompanha a evolução de todos imunizantes em desenvolvimento mais avançado. “Estamos atentos a tudo o que acontece no mundo. […] São 270 produtores no mundo desenvolvendo as vacinas. Acompanhamos todos”, garantiu.

O ministro ressaltou ainda que qualquer vacina “vai precisar comprovar sua eficácia, segurança e ter o registro da Anvisa” para ser aplicada na população. “Não abrimos mão disso”, disse ele, que garantiu a busca por todos os imunizantes aprovados pelo órgão regulador.

“Não existe essa discussão”, completou Pazuello, rebatendo o questionamento levantado, mais cedo, pelo governador de São Paulo, João Doria. “O que difere, ministro, a condição da sua gestão de privilegiar duas vacinas em detrimento de outra? É de ordem ideológica, política ou razão de falta de interesse em disponibilizar mais vacinas?”, indagou, em reunião com o ministro e outros governadores, nessa manhã.

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