O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou um relatório inconclusivo sobre o apagão ocorrido no estado do Amapá em novembro. Na ocasião, 13 das 16 cidades do estado ficaram sem energia por mais de 80 horas. Segundo o documento, o incêndio em um dos transformadores decorreu de um curto-circuito, que pode ter sido provocado ou por uma falha interna no equipamento, ou por uma “coordenação de isolamento inadequada na subestação”.
Essa segunda hipótese sugere que um raio possa ter atingiu a subestação, sem que ela tenha sido capaz de preservar os transformadores de uma descarga elétrica. Segundo o relatório, chovia muito no momento do incêndio.
Ainda não há, no entanto, um parecer definitivo sobre o que ocorreu no dia 3 de novembro. Esse parecer, chamado Relatório de Análise de Falha (RAF), vai ser produzido pela empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), responsável pela subestação.
“[O relatório da LMTE] deve envolver perícias para os equipamentos. Com esses relatórios saberemos o que aconteceu com esses transformadores”, afirmou o diretor-geral da ONS, Luiz Carlos Ciocchi, em entrevista coletiva realizada hoje, no Ministério de Minas e Energia (MME). Um laudo preliminar, divulgado pela Polícia Civil em 11 de novembro, havia concluído que o transformador não havia sido atingido por um raio.
Terceiro transformador
Ciocchi disse ainda que a LMTE errou ao não ter consertado um terceiro transformador, avariado na data do apagão – medida que teve o prazo adiado algumas vezes. “O agente foi informando as prováveis datas de retorno do funcionamento do equipamento e foi postergando. A última data que tivemos foi 4 de novembro [data seguinte ao incêndio na subestação]”, disse Ciocchi.
Na mesma coletiva, o ministro Bento Albuquerque afirmou que o Amapá não corre mais riscos de ficar sem luz. No momento, o estado conta com a geração emergencial de energia de duas termelétricas e o ministério autorizou a contratação de geradores por até 180 dias. Além disso, o estado recebe ainda este mês um transformador que havia ficado sem uso em Roraima.
“Temos a disponibilidade de 400 megawatts (MW), quando a média [do estado] é 240 MW. Até o Natal teremos o terceiro transformador disponível, voltando ao que o planejamento energético já previa para o estado”.