Mercado financeiro prevê queda de 4,40% na economia, diz Focus

Para 2021, o mercado alterou a previsão do PIB, de alta de 3,45% para 3,50%

Foto: Marcello Casal/Agencia Brasil

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração de 4,50% para queda de 4,40%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 4,80%.

Para 2021, o mercado financeiro alterou a previsão do PIB, de alta de 3,45% para 3,50%. Quatro semanas atrás, estava em 3,31%.  No Focus desta segunda-feira (7), a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 5,03% para retração de 5,00%. Há um mês, estava em baixa de 5,49%.

No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 5,00% ante 4,00% de quatro semanas antes. A pesquisa mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 66,20% para 66,10%.

Há um mês, estava em 67,74%. Para 2021, a expectativa foi de 68,44% para 68,10%, ante 70,00% de um mês atrás.

Inflação

Com a adoção da bandeira vermelha nas contas de energia elétrica em dezembro, os economistas do mercado financeiro alteraram de forma relevante a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de preços em 2020.

O Relatório de Mercado Focus mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 3,54% para 4,21%. Há um mês, estava em 3,20%. A projeção para o índice em 2021 foi de 3,47% para 3,34%. Quatro semanas atrás, estava em 3,17%.

Essas mudanças surgem na esteira do anúncio, em 30 de novembro, da retomada do sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz em dezembro, com taxa extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh. Devido à pandemia do novo coronavírus, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vinha praticando a bandeira verde, sem cobrança de taxa extra.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3 25%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação já está acima do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Em novembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de outubro foi de 0,86%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 3,92%.

Selic

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. Segundo o Focus, a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.

Já a projeção para a Selic no fim de 2021 permaneceu em 3,00% ao ano, ante 2,75% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, igual a um mês antes. Para 2023 seguiu em 6,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás.

Em outubro, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central disse que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”. Na próxima quarta-feira (9), o colegiado volta a discutir o patamar da taxa básica.

Dólar

O Focus mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2020. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano foi de R$ 5,36 para R$ 5,22, ante R$ 5,45 de um mês atrás. Para 2021, a projeção para o câmbio foi de R$ 5,20 para R$ 5,10, ante R$ 5,20 de quatro pesquisas atrás.