Ao menos nove dos 30 suspeitos de envolvimento com o ataque a uma agência do Banco do Brasil localizada em Criciúma, no estado de Santa Catarina, já foram encontrados pela polícia. A maior parte deles havia se deslocado para o Rio Grande do Sul: dois acabaram detidos em São Leopoldo, dois em Gramado e um em Morrinhos do Sul.
Outros três estavam escondidos no município catarinense de Passo de Torres. Em São Paulo, houve a prisão de uma mulher, flagrada em uma casa cheia de munições de fuzil e malotes com dinheiro. As forças de segurança, que concederam entrevista coletiva sobre o caso na manhã desta quinta-feira (3), afirmam que nenhum dos detidos é gaúcho.
Presos em São Leopoldo eram “batedores”
A primeira abordagem aconteceu na BR-116, em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pararam um veículo, com placas de São Paulo, que trafegava pelo trecho. Os ocupantes do veículo, paulistas, acabaram presos preventivamente por envolvimento no ataque.
Segundo o superintendente da PRF, Luis Reichack, eles estavam com R$ 7 mil em notas levadas dos caixas eletrônicos explodidos pela quadrilha em Santa Catarina. A dupla é apontada como coautora do crime, já que teria exercido o papel de proteção do grupo ao longo do deslocamento até Criciúma.
“Em outros momentos, que antecederam a ação dos criminosos, esse veículo estava junto dos outros carros (que aparecem nas imagens das câmeras de segurança). Tudo isso foi formalizado em um relatório e, através desse documento, nós subsidiamos a lavratura das prisões em flagrante”, explicou.
O automóvel está no nome da irmã de um dos suspeitos. Os homens passaram a noite na sede no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Porto Alegre, e foram transferidos para o território catarinense assim que o dia amanheceu.
Em Gramado, polícia encontrou possível integrante de facção
Enquanto isso, os dois suspeitos encontrados em Gramado estavam escondidos em uma casa que fica em uma zona bastante movimentada da cidade. A polícia ainda trabalha na identificação dos homens – que permaneceram em silêncio durante o trabalho das autoridades. Há indícios de que um deles faça parte de uma organização criminosa.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) não confirma o nome da facção, mas há indícios de se trate do Primeiro Comando da Capital (PCC). “O importante é que, graças a um trabalho de inteligência, estamos começando a prender os indivíduos que participaram dessa ação”, minimizou o vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior.
O segundo acusado preso na Serra Gaúcha disse, informalmente, à equipe do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) que recebeu R$ 5 mil para atear fogo nas provas do crime realizado em Criciúma. As autoridades ainda não sabem se essa parte do plano foi, ou não, executada com sucesso.
Detidos em Santa Catarina estavam com R$ 47 mil
Junto dos supostos criminosos encontrados em Santa Catarina, na cidade de Passo de Torres, foi recolhida a maior quantidade de dinheiro com origem no ataque à tesouraria do Banco do Brasil até agora: R$ 47,9 mil. Eles foram flagrados enquanto trafegavam pela BR-101, em um carro de modelo HB20.
Os suspeitos ainda não foram identificados, e também se recusaram a dar detalhes de suas participações no crime às autoridades. Como foram abordados no limite entre os territórios gaúcho e catarinense, acabaram sendo encaminhados diretamente ao estado onde o fato aconteceu, acelerando o processo de investigação.
Paranaense foi preso em Morrinhos do Sul
Um imóvel localizado na cidade gaúcha de Morrinhos do Sul, a cerca de 100 quilômetros de distância de Criciúma, foi sido usado como ponto de transição na fuga dos criminosos. A polícia fez buscas no local e encontrou vários vestígios do ataque – incluindo roupas manchadas de sangue, acionador para explosivos e um veículo furgão.
O automóvel estava sendo monitorado pelas forças de segurança. Um homem, que monitorava a residência, foi preso. Ele é paranaense, e não teve a identificação divulgada. Não foram encontradas armas ou dinheiro no local.