Duas pessoas foram presas preventivamente em uma operação de combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, realizada na manhã desta quarta-feira (2), na Região Metropolitana de Porto Alegre. Mais de 300 policiais civis e militares atuam na força-tarefa que percorre as ruas da Capital, com desdobramentos também em Canoas, Sapucaia do Sul, Esteio, São Leopoldo, Montenegro, Novo Hamburgo e Imbé.
As investigações tiveram início em 27 de maio, quando dois indivíduos foram presos em flagrante, em Sapucaia do Sul, pelos crimes de tráfico de entorpecentes e porte ilegal de arma de fogo. Na oportunidade, as autoridades recolheram celulares, documentos e diversos comprovantes de depósitos bancários. Essas provas ajudaram na descoberta do esquema, que consistia no envio de dinheiro do tráfico para contas de “laranjas”.
Segundo a polícia, a quadrilha chegou a movimentar mais de R$ 2 milhões em apenas três dias – fato que confirma o poder econômico exercido pelos criminosos. Além das contas bancárias de pessoas físicas, o grupo fazia uso de empresas de fachada, instaladas em várias partes do Rio Grande do Sul e na fronteira do Brasil com o Paraguai, no estado de Mato Grosso.
A proximidade com o país era estratégica, já que as drogas eram adquiridas no território vizinho. Pelo menos R$ 8 milhões em imóveis, R$ 1 milhão em veículos e R$ 30 mil em dinheiro foram sequestrados. Um dos alvos de prisão preventiva ainda é procurado. Também foram cumpridas 27 ordens judiciais de busca e apreensão em residências, 26 quebras de sigilo financeiro, 16 bloqueios em contas bancárias e 25 sequestros de bens.
“O novo modelo de enfrentamento da Polícia Civil frente ao crime organizado busca a descapitalização das organizações criminosas, o que gera seu enfraquecimento, uma vez que os recursos ilícitos que movimentam as atividades delituosas são alcançados e revestidos em prol do Estado”, afirmou o delegado Gabriel Borges, responsável pela condução da Operação Iceberg.
Líder da quadrilha já estava preso
A força-tarefa também deve desdobramentos no interior da Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro. A casa prisional foi vasculhada por 20 agentes da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), já que uma das prováveis lideranças da quadrilha está presa no local.