O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, alertou aos britânicos a não “criarem esperanças muito cedo” sobre a vacinação em massa depois que a agência reguladora nacional aprovou o uso emergencial da vacina da Pfizer contra Covid-19. Numa sessão do Parlamento, o premiê disse que a “vacina é uma boa notícia, mas frisou que este “não é o fim da história” e que ela não será obrigatória.
“Acho que é muito importante para nós, nesta fase, reconhecer que esta é uma boa notícia, sem dúvida, uma notícia muito, muito boa, mas não é o fim da história. Não é o fim da nossa luta nacional contra o coronavírus e é por isso que é muito importante que o pacote de medidas moderadas, mas duras, que a casa votou ontem à noite, seja seguido em todo o país”, afirmou. “Recomendo fortemente às pessoas que tomem a vacina, mas não faz parte da nossa cultura ou da nossa ambição neste país tornar as vacinas obrigatórias”, declaro.
O Reino Unido tornou-se nesta quarta-feira o primeiro país ocidental a autorizar o uso emergencial de um imunizante para o coronavírus. A luz verde para a vacina desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech foi dada pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde (MHRA, na sigla em inglês).
De acordo com Johnson, as prioridades na vacinação serão os idosos que tem mais de 80 anos e os profissionais da saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia. Contudo, os lares de idosos podem não ser capazes de usar a vacina Pfizer devido à necessidade de mantê-la a baixas temperaturas. “Ela precisa ser mantida a -70° C e há desafios logísticos a serem superados”, indicou.
“Estamos trabalhando nisso com todas as administrações delegadas para garantir que o NHS em todo o país seja capaz de distribuí-lo o mais rápido e sensato possível para os grupos mais vulneráveis. É por isso que também é importante obtermos a vacina AstraZeneca, que esperamos que também entre em operação”, afirmou, referindo-se ao imunizante em fase de testes produzidos em parceria com a Universidade de Oxford.
Johnson ainda comentou sobre desinformações acerca da vacinação. “Obviamente, estamos trabalhando para combater todos os tipos de desinformação em toda a internet. Precisamos encorajar a aceitação de vacinas em todo o país e estaremos publicando em breve um artigo sobre danos on-line projetado para combater a própria desinformação”, concluiu.